Avaliar possíveis editais, se saírem licitações para a gestão das unidades de pronto atendimento (UPAs) Central e da Zona Norte, é um objetivo cogitado pela diretora executiva do Hospital Virvi Ramos, Cleciane Doncatto Simsen. Ela se pronunciou durante oitiva da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde, em funcionamento na Câmara Municipal de Caxias do Sul. Os contratos vigentes das UPAs se encerrarão no próximo dia 31 de dezembro e ainda não há uma definição da Secretaria Municipal da Saúde sobre renovação de vínculos ou abertura de processo licitatório. Na condução das atividades de hoje, estava o presidente da CPI, vereador Rafael Bueno/PDT.
De acordo com a diretora, o Virvi tem feito de 77% a 80% de atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Informou que a instituição conta com 153 leitos, sendo 96 deles para o SUS e 57 para convênios. Disse que há 90% de atendimentos ambulatoriais, o que corresponde a nove vezes a mais do que a legislação determina. “Somos referência para Caxias, na coleta centralizada de exames laboratoriais. Fizemos a coleta junto a 95% das UBSs. Temos referência no serviço de oftalmologia, com 2,3 mil consultas por mês. O hospital é uma instituição privada sem fins lucrativos”, observou.
Sobre reclamações na demora da prestação de serviço na Clínica Clélia Manfro, a diretora lastimou o fato de em torno de 25% a 30% dos pacientes que agendam faltarem às consultas. “A pessoa marca, não vai e tira o lugar de outros que precisam. Isso é muito grave e persiste ao longo dos anos”, comentou Cleciane.
Quanto às chances de absorver o atendimento materno-infantil, depois do fechamento da unidade no Hospital Pompéia no final deste ano, a diretora detalhou a posição do Virvi Ramos. Contou que, em maio passado, receberam as visitas da secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, e da secretária municipal da Saúde, Daniele Meneguzzi. “A discussão não evoluiu. Nós temos unidade de tratamento intensivo (UTI) neonatal, com uma estrutura aprovada para funcionamento, mas ela está desativada. A parte obstétrica está 100% sem utilização e já foi destinada para blocos cirúrgicos. Caberia uma construção, dentro do ambiente hospitalar, para retomar a infraestrutura obstétrica. Só que as reformas demandariam de seis a nove meses, num investimento milionário”, esclareceu Cleciane.
Até o momento, foram ouvidos, de maneira presencial, 12 depoentes. São eles: o então diretor da UPA Central, Alessandro Ximenes (28/08), já substituído por Marcel Bertini; a diretora da UPA da Zona Norte, Renata Demori (31/08); a secretária municipal da Saúde, Daniele Meneguzzi (05/09); a presidente do Sindisaúde Caxias (sindicato dos trabalhadores do setor), Bernadete Giacomini (15/09); o presidente do Conselho Municipal de Saúde, Alexandre Silva (25/09); a ex-supervisora da UPA Central, Margarete Zietolie (05/10); o procurador-geral da Fundação Universidade de Caxias do Sul (FUCS), Maurício Salomoni Gravina (16/10); o diretor-geral do Hospital Geral (HG), Sandro Junqueira (16/10); o ex-presidente da FUCS José Quadros dos Santos (18/10); a superintendente do Hospital Pompéia, Lara Sales Vieira (30/10); a presidente do Pio Sodalício das Damas de Caridade de Caxias do Sul – órgão mantenedor do Pompéia, Sandra Maria Paim Della Giustina Barp (30/10); a diretora executiva do Hospital Virvi Ramos, Cleciane Doncatto Simsen (06/11).
O funcionamento da CPI está previsto para 150 dias, encerrando em 24 de novembro vindouro. Além do presidente Bueno, fazem parte da CPI o vice-presidente dela, vereador Maurício Scalco/NOVO, e a relatora, vereadora Estela Balardin/PT. Completam a formação de dez integrantes os parlamentares Adriano Bressan/PTB, Alberto Meneguzzi/PSB, Alexandre Bortoluz/PP, Olmir Cadore/PSDB, Renato Oliveira/PCdoB, Rose Frigeri/PT e Velocino Uez/PTB.
Agenda de oitivas a partir de convocações confirmadas
13/11 – 9h – Baltira Luísa Rodrigues dos Santos – Ex-coordenadora de enfermagem da UPA Central;
13/11 – 14h – Ivete Borges – ex-diretora-geral da UPA Central;
14/11 – 14h – Silvana Piroli – presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Caxias do Sul (Sindiserv).