Caxias do Sul

Na CIC Caxias, vice-governador afirma que estudo apontará para novos investimentos em aeroportos do interior gaúcho

Gabriel Souza adiantou que diagnóstico, o qual leva em conta o terminal Hugo Cantergiani e as bases de Canela, Torres e Vacaria, será recebido ainda nesta semana da empresa InfraWay

Na CIC Caxias, vice-governador afirma que estudo apontará para novos investimentos em aeroportos do interior gaúcho
Foto: Júlio Soares/divulgação

O vice-governador, Gabriel Souza, anunciou na manhã desta segunda-feira (1°), em Caxias do Sul, que o governo do Estado receberá, ainda nesta semana, um diagnóstico elencando as principais necessidades de aeroportos do interior para reforço ou até aumento de operações. A fala foi feita em coletiva de imprensa na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC), antes de Souza palestrar sobre as ações emergenciais do poder Executivo para reconstrução do RS ao empresariado em reunião-almoço.

Os terminais citados foram o Hugo Cantergiani, de Caxias, e as bases de Canela, Torres e Vacaria. A demanda vai ao encontro do fechamento do Aeroporto Internacional Salgado Filho, na Capital, situação que, segundo Souza, gera um prejuízo de R$ 400 milhões por mês — sendo R$ 3 bilhões estimados até o fim do ano — ao Estado e estrangula o turismo. A Fraport prevê que o terminal fique interditado até dezembro.

O relatório é elaborado e será entregue pela empresa InfraWay, conforme o vice-governador. Ele relembrou, também, que recentemente foram destinados R$ 14 milhões ao Hugo Cantergiani e outros R$ 9 milhões ao Aeroporto Regional de Torres, no Litoral Norte, para investimentos.

“Nós contatamos uma consultoria renomada à nível nacional, a InfraWay, que vai, nos próximos dias, nos entregar um diagnóstico sobre cada um destes sítios aeroportuários a fim de que possamos entender quais são os investimentos necessários para colocá-los rapidamente em operação ou em ainda mais operação”, explicou.

A partir disso, será determinado, de acordo com Gabriel Souza, se a Infraero, a iniciativa privada ou o próprio Estado assumirão outorgas dos terminais.

“Não descartamos nada. O princípio básico da escolha da hipótese será a agilidade na solução do problema para que possamos ter voos comerciais nestes aeroportos, rogando que o Salgado Filho volte a operar o quanto antes”, afirmou.

Foto: Júlio Soares/divulgação

“Precisamos de ajuda do governo federal”

Gabriel Souza clamou por ajuda do governo federal e à solidariedade federativa para reconstrução do Estado, em meio a um chamado orçamento pressionado por restrições financeiras e fiscais.

De acordo com o vice-governador, a arrecadação do ICMS projetada antes das enchentes era de R$ 6,74 bilhões para o período entre os dias 1º de maio e 18 de junho. Na prática, entretanto, foram arrecadados R$ 5,16 bilhões, uma queda de 23,4%. Na opinião dele, trata-se de uma calamidade pior do que a pandemia da Covid-19 sob a perspectiva econômica, levando em consideração a destruição de ativos, como máquinas, prédios, escritórios, além de estradas e pontes.

“Precisamos da ajuda do governo federal. Posso estar enganado, mas a minha impressão é que muitas autoridades federais ainda não entenderam o que aconteceu no Rio Grande do Sul e, pior do que isso, quanto mais o tempo passa, menor é o grau da comoção”, refletiu Souza.

Ao todo, 95% dos municípios foram atingidos pela catástrofe climática, que resultou em 179 mortes, conforme o boletim da manhã de hoje divulgado pela Defesa Civil. Gabriel Souza também explanou sobre os projetos estruturantes do Plano Rio Grande, criado para acelerar e organizar os processos de reconstrução do estado.

Como presidente do Conselho do Plano Rio Grande, ele anunciou que, ainda nesta segunda-feira, deve enviar ofício convidando o governo federal e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para reunião com câmaras temáticas do setor produtivo gaúcho com o intuito viabilizar demandas. Souza entende que as linhas de crédito, anunciadas pela União, precisam ser melhoradas.

“Muita reclamação sobre a questão de acesso às linhas de crédito. Isso porque, ou as empresas estão negativadas, em virtude do endividamento que tiveram que fazer ou desorganização financeira que aconteceu durante os episódios, ou elas não têm garantias, que foram destruídas. Então você precisa ter fundo garantidor para que essas linhas de crédito cheguem a quem precisa para manter os empregos e reconstruir o Estado rapidamente“, disse.