Comportamento

Museu e Arquivo Histórico Municipal retomam atendimento, em Garibaldi

(Foto:  Alexandra Ungaratto)
(Foto: Alexandra Ungaratto)

O Museu e o Arquivo Histórico de Garibaldi estão novamente abertos à população e visitantes. O atendimento na rua Dr. Carlos Barbosa, 632, no Centro, é de terça a sexta-feira das 9h às 17h e, aos finais de semana e feriados, das 10h às 16h. De acordo com os protocolos de biossegurança do Governo do RS, é permitido até seis pessoas de forma simultânea no interior do prédio.

Atualmente, os visitantes do Museu podem conferir três ambientes de exposições. A primeira é a “Casa do Imigrante”, com móveis, utensílios, objetos e vestuário que fazem parte da antiga composição da residência dos imigrantes italianos. A segunda é o “Memorial Giuseppe Garibaldi”, que conta a trajetória da sua vida e as lutas desde a Revolução Farroupilha até a Guerra da Unificação Italiana. E, por último, há um espaço dedicado à religiosidade, principalmente das ordens religiosas francesas dos Maristas, das Irmãs de São José e dos Irmãos Capuchinhos, que contribuíram na educação e formação da comunidade.

A servidora Lucinara Trevisol, responsável pelo Arquivo Histórico, que fica na parte superior do prédio, relata que uma grande variedade de documentos de cunho municipal está disponível, inclusive livros e jornais de época. “São documentos diversos, que hoje são bastante procurados para auxiliar na busca pelas árvores genealógicas, pela cidadania italiana e por quem busca fotos e informações gerais oriundas da Itália”. Também é constante a procura por informações sobre a arquitetura local, o processo de urbanização da cidade e região, além de fotos e detalhes sobre os primeiros estabelecimentos de Garibaldi.

Histórico do Prédio

O primeiro prédio original é de 1878, feito de madeira, e abrigava o Societa Italiana Conde D’Eu.  Em 1884, foi construído o primeiro pavimento em alvenaria para instalação da Società Italiana di Mutuo Soccorso que também abrigou o Consulado Italiano, fornecendo assistência aos imigrantes italianos que começaram a chegar à região.

No ano de 1892, o prédio foi reformado e o piso superior construído. Atualmente, é considerado o mais antigo prédio de alvenaria da Serra Gaúcha.

O primeiro cônsul Italiano foi Abramo Canini, que inclusive morou nas dependências do prédio. Foi dele a sugestão de colocar o nome da cidade Garibaldi, em homenagem ao seu amigo Giuseppe Garibaldi. Posteriormente, assumiu como novo cônsul Pietro Marcon, que também fixou residência no local.

O prédio também foi palco de reuniões, assistência social, festas de casamento e aulas de italiano. Durante a e I Guerra Mundial (1914/1918) serviu até mesmo como hospital – os atendimentos eram realizados pelo médico Júlio Motti.

Em 1944, por ocasião da II Guerra Mundial, a população de origem italiana teve suas atividades restringidas e as instalações do prédio foram invadidas e todo o seu acervo e patrimônio, incluindo documentos de registros, foi apreendido e queimado. Para salvar o prédio da destruição, a diretoria em exercício entendeu que deveria doá-lo a Itália por meio da sua embaixada no Brasil. Nesse período, a construção serviu de residência para algumas famílias e posteriormente permaneceu em abandono.

Em 10 de agosto de 1963, o governo italiano devolveu o prédio à comunidade de Garibaldi, para que ali se instalasse um centro de atividades de cunho cultural. Em 1972, instalou-se no local a Biblioteca Pública Municipal Frei Miguel, o Destacamento Militar e os Bombeiros Voluntários.

No dia 31 de outubro de 1985 foi inaugurado o Acervo Histórico Cultural do município de Garibaldi (Museu Municipal e Arquivo Histórico), criado pela Lei nº 1.748 de 28 de dezembro de 1984. O local abriga também a Casa do Artesão de Garibaldi. E, por fim, em 16 de agosto de 2007, foi homologado o tombamento do Museu de acordo com o decreto nº 3.234.