Museu do Imigrante mostra as migrações de Salgado nas fotografias de Êxodos

O olhar vivo e assustado de crianças negras enroladas em um cobertor de algum campo de refugiados no coração da África, estações de trem abarrotadas de migrantes indo a todas as direções, fugitivos da guerra em botes ao alto-mar. Essas são algumas das cenas captadas pelo olhar humanista do fotógrafo  Sebastião Salgado para contar a história de gente que, pressionada por circunstâncias históricas, são levadas a deixar para trás a terra onde vive na mostra Êxodos, um trabalho de fôlego do artista, com 300 fotografias.

Parte desse acervo pode ser visto a partir desta sexta-feira, dia 16, no Museu do Imigrante, em Bento Gonçalves. A exposição apresenta 39 trabalhos que mostram a fuga de pessoas em diferentes partes do mundo. São migrantes, refugiados ou exilados que tentam escapar da pobreza, da repressão ou da guerra. Todas em preto e branco.

Eles estão organizados por espaços geográficos (África; Megacidades) e por temas (Refugiados e Migrados; Luta pela Terra; Retratos de Crianças), o que acentua o rigor técnico das fotografias e permite aos visitantes observar os detalhes, as expressões dos rostos, o movimento continuo impregnado em cada imagem, os cenários poeirentos que abraçam os personagens.

Visitar Êxodos é apreciar a monumentalidade comum às fotografias de Salgado ampliadas pelo tom de denúncia e pela permanência histórica dos dramas, que mostra como o mundo gira há décadas em torno do mesmos problemas.

A exposição é uma parceria do Museu do Imigrante com o Museu Municipal de Caxias do Sul, que cedeu as imagens de seu acervo, e conta com o apoio da Fundação Casa das Artes e da Secretaria da Cultura.