O novo ano começou e, com ele, renovam-se as possibilidades de quem sabe tirar do papel aquele velho sonho de ter o seu próprio negócio. Empreender não é uma tarefa fácil. Mas, ainda assim, a cada ano, cresce o número de pessoas que aceitam o desafio. E, o empreendedorismo feminino também caminha a passos largos.
O Brasil ocupa o sétimo lugar no ranking mundial de empreendedorismo. Dos cerca de 52 milhões de empreendedores, 30 milhões, ou seja, 48% são mulheres. Destas, 63% fazem sozinhas a gestão de seus negócios, conforme aponta pesquisa realizada pelo Sebrae. Para além das estatísticas, esses dados também revelam um avanço na luta das mulheres no mundo empresarial, assumindo o papel de protagonistas das suas próprias histórias. Talvez você já faça parte desta rede de mulheres empreendedoras ou, quem sabe, esteja buscando aquele conselho de amiga para dar o primeiro passo. Por isso, iniciamos uma série com dicas para inspirar vocês, “Mulheres de Negócios”.
A nossa primeira entrevistada é Luciane Werner. Após anos trabalhando como bancária, hoje, ela atua como consultora e educadora financeira no município de Garibaldi e região. Formada em administração de empresas, pós-graduada em gestão empresarial e educação financeira, ela começou sua jornada no mercado de trabalho com 15 anos. Após quase três décadas na mesma instituição financeira, ela fala sobre sua trajetória como empreendedora, que contou com muita ousadia e planejamento.
“Eu queria fazer algo por mim, que eu tivesse mais liberdade de tempo, até mesmo para poder estudar outras coisas e compartilhando meu conhecimento. Eu saí da instituição financeira que eu trabalhava em 2018. Então, desde quando decidi me aposentar, eu já vinha fazendo um planejamento financeiro, pois eu sabia que eu queria manter o padrão de vida que eu tinha enquanto trabalhava. Desde então, fiz inúmeros cursos e me aperfeiçoei para poder compartilhar toda minha experiência de anos e ajudar as pessoas com a consultoria financeira. Inicialmente, fiz atendimentos gratuitos e comecei a perceber que as pessoas realmente conseguiam absorver os meus ensinamentos. Logo, as pessoas começaram a me procurar para auxiliá-las a organizar suas finanças e para dar dicas de investimento. Comecei a fazer palestras, na Apeme e outras entidades empresariais, além de utilizar as redes sociais como uma ferramenta para divulgar meu trabalho”, conta.
Luciane fala que o início não foi fácil, exigindo além de planejamento, disciplina e foco. “Foram 32 anos trabalhando em uma empresa com horário para chegar, sair, férias, recebia 13º e participação de lucros. A questão da virada é algo que precisa sim de aprendizado e conhecimento. No momento que você está na CLT, você recebe a direção do que fazer, as metas e as demandas. Quanto você é empreender, precisa apreender a organizar seu tempo e ter uma rota para seguir,“.
O medo em pedir ajudar pode dificultar ainda mais o início do novo negócio. A empreendedora reforça que uma das dicas que mais a auxiliaram nesta jornada, além de um bom planejamento, foram as trocas de ideias com profissionais da mesma área e até de outros segmentos. “Busque especialistas que possam estar te conduzindo com planejamento estratégico, buscando o objetivo do teu negócio e a análise do perfil do teu cliente. E, claro, é indispensável a questão do networking. Com toda certeza ser empreendedor é ser alguém bastante valente. Eu sempre admirei os empreendedores, mas hoje admiro muito mais por estar vivendo isso, pois a gente que tem que fazer o nosso resultado”.
Confira a reportagem em vídeo: