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Mulher confessa ter guardado corpo de companheiro na geladeira por 7 anos, no Sergipe

Vítima é o advogado e jornalista gaúcho, Celso Adão Portella

Mulher confessa ter guardado corpo de companheiro na geladeira
(Foto: 93 Notícias/Reprodução)

Uma mulher, de 37 anos, foi presa em flagrante por ocultação de cadáver do companheiro e por maus-tratos contra uma criança em Aracaju, no Sergipe, na última quarta-feira (20). A investigação ficou a cargo do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil, que detalhou o andamento do caso. A acusada é técnica de enfermagem e teria mantido o corpo do companheiro, o advogado e jornalista gaúcho, Celso Adão Portella, em uma geladeira, por 7 anos.

O DHPP conta com a versão apresentada pela investigada e instaurou inquérito policial para identificar a identidade da vítima, as circunstâncias da morte e autoria do homicídio. As investigações contam com as perícias dos institutos de Criminalística (IC), de Análises e Pesquisas Forenses (IAPF) e Médico Legal (IML), vinculados à Polícia Científica.

Investigação

O caso teria sido descoberto por um oficial de justiça durante o cumprimento de uma ordem de despejo no apartamento onde a mulher vivia, no bairro Suíssa, em Aracaju. O corpo estava em avançado estado de decomposição, em uma mala, dentro de uma geladeira. No imóvel residia também a filha dela, uma criança de 04 anos. Em depoimento à Polícia Civil, a suspeita afirmou que os dois tiveram um relacionamento amoroso. Contou que um dia, em 2016, voltou para casa do trabalho e encontrou o companheiro morto. Por medo, teria guardado o corpo na geladeira.

Conforme a delegada Roberta Fortes, que fez o auto de prisão em flagrante, o DHPP foi acionado com a informação de que um corpo foi encontrado em uma geladeira que uma mulher teria cortado os pulsos no momento em que o oficial de justiça entrou na residência. “Fomos ao bairro Suíssa e encontramos o corpo já estava em estado avançado de decomposição”, explicou.

Ainda segundo a delegada, ao chegar ao local, a mulher já tinha sido encaminhada ao hospital. Uma criança vivia em situação de maus-tratos no local onde estava o corpo. “Então, foi lavrado o flagrante pela ocultação de cadáver e pelos maus-tratos a criança”, detalhou Roberta Fortes.

Segundo a delegada, a investigada narrou sua versão dos fatos. “A mulher confessou que havia guardado o corpo daquele senhor dentro da geladeira. Ela fala que não matou a vítima e que teria saído para trabalhar e encontrado o homem morto. Por medo, ela guardou o corpo na geladeira. Ela disse que o fato teria ocorrido em 2016”, destacou Roberta Fortes.

Roberta Fortes relatou também que havia o odor do apartamento em decorrência do lixo. “Tinha o mau cheiro do apartamento por ter muito lixo. Mas, os vizinhos disseram que o mau cheiro do corpo não era sentido. Já a criança foi entregue ao Conselho Tutelar que a encaminhou para um familiar”, complementou.

A investigação seguirá pelo DHPP, conforme ressaltou o delegado Tarcísio Tenório, que comandará o inquérito policial a partir de agora. “O inquérito foi instaurado. O procedimento foi comunicado ao Poder Judiciário, e a presa será apresentada em audiência de custódia. As diligências complementares estão sendo adotadas”, comentou.

Celso Adão Portella era natural de Ijuí, no Norte do Estado. Ele dedicou sua vida ao direito e ao jornalismo, atuando em Porto Alegre, entre os anos 1970 e 1980 nas rádios Farroupilha e Gaúcha. Celso deixou o RS no ano de 2001, após o falecimento da mãe e não manteve contato com os demais familiares.