Mudanças climáticas afetaram as duas últimas safras mundiais de uva, alerta o diretor-geral da OIV

Em Bento Gonçalves, John Barker disse que existem oportunidades para os derivados da uva elaborados no Brasil ganharem mais espaço no mercado mundial

As mudanças climáticas os negócios internacionais e a evolução tecnológica com métodos e uniformizados estão entre as principais preocupações da Organização Internacional da Vinha e do Vinho – OIV -, segundo discorreu na manhã de sexta-feira em exposição à imprensa e a conselheiros do Consevitis, em Bento Gonçalves, o diretor-Geral da instituição John Karker.

Natural da Nova Zelândia e doutor em Direito e Geografia, Barker está encerrando um tour de 3,5 semanas na América do Sul, Passou pelo Chile, Peru, Argentina e Uruguai, concluindo o roteiro no Brasil onde esteve em Brasília e Bento Gonçalves, visitando vinícolas locais.

“Vivo num lugar tão distante da América e é importante conhecer a realidade local e ver que temos muito em comum”.

Tendências e Desafios no Setor Vitivinícola

Apesar do assunto despertar interesse dos jornalistas, e as incertezas do mercado despertarem a atenção do órgão, a questão das tarifas extras praticadas pelos Estados Unidos incomoda mas não é tratada diretamente pela OIV, que trata de questões técnicas e de rumos que o setor deve tomar. Neste sentido, as tendências globais de consumo estão  o foco hoje juntamente com as mudanças do clima,=. Barker acentuou o que as vinícolas já perceberam: há uma crescente demanda por bebidas desalcoolizadas.

Quanto às mudanças climáticas, Barker disse que elas interferiram de forma clara nos dois últimos anos com quebras de safra, seja por secas, ou chuvas e granizo em excesso.
Duas questões contraditórias: Barker pontuou que segundo as estatísticas de 2023 o litro do vinho teve seu segundo maior preço na história. Mesmo assim a demanda/consumo está em alta e países europeus continuam reduzindo a área de cultivo – a Europa responde por 46% da área de parreiras no mundo.

Barker não deixou de elogiar a produção brasileira, com elogios extras à qualidade dos espumantes. Ressaltou que as vinícolas nacionais têm duas frentes para aumentar suas exportações: os espumantes, com produção total de 602 mil hectolitros anuais dos quais apenas 4 mil hectolitros são exportados; o suco de uva que tem apenas 12% de sua produção local destinada ao exterior e é reconhecido por sua qualidade.

Barker teve como anfitrião o presidente do
Consevitis,, Luciano Restelatto

Avanços e Adaptações no Suco de Uva Nacional

Sobre o suco de uva nacional a especialista Fernanda Spinelli que é presidente da Subcomissão de Métodos e Análises da OIV também presente à coletiva, trouxe a notícia de que recentemente mudaram os parâmetros para que o suco nacional fosse aceito em mercados exigentes. Enquanto na Europa se produz suco a partir de uvas viníferas, no Brasil são uvas de mesa. O grau brix então exigido era 16 índice difícil de ser alcançado por estas uvas nacionais. Então o parâmetro mimo agora é de 14º Brix.

Ao encerrar sua apresentação Barker se disse um otimista.

“Trabalhamos com um produto consumido há oito mil anos e apesar de pequenas oscilações temos muitos bons motivos para acreditar que o vinho e seus derivados continuarão sendo apreciados sempre”

, finalizou