Bento Gonçalves

MPF questiona IFRS sobre supostas homenagens a violadores de direitos humanos

MPF questiona IFRS sobre supostas homenagens a violadores de direitos humanos

O Ministério Público Federal (MPF) de Bento Gonçalves quer saber se o Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), com sede na cidade, estabeleceu qualquer tipo de homenagens concedidas a autores de violação de direitos humanos, nacionais ou estrangeiros, vinculados a qualquer regime político-ideológico ou ditatorial. O procedimento inicial de investigação, aberto nesta terça-feira, dia 17, pelo procurador federal Alexandre Schneider, dá um prazo de 30 dias para que a reitoria da instituição se pronuncie.

De acordo com a assessoria de imprensa do MPF em Porto Alegre, a investigação não responde a qualquer denúncia ou indícios de que tenha havido homenagens neste sentido no âmbito da instituição. A informação é que o procedimento amplia uma investigação realizada pela Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC/MPF) no início do mês, que solicitou a mais de 100 instituições públicas de ensino superior em todo país informações sobre a existência de homenagens em nomes de prédios, salas, espaços, ruas, praças, logradouros e títulos honoríficos que façam alusão a pessoas responsáveis direta e indiretamente pela prática de torturas e assassinatos realizados entre os anos de 1964 e 1985 no Brasil. O MPF solicitou informações sobre possíveis homenagens a personagens, não apenas do Brasil, como de todo o mundo. As informações solicitadas são referentes a homenagens como nomes de prédios, salas, espaços, ruas, praças, logradouros e títulos honoríficos que façam alusão a violadores dos direitos humanos como Adolf Hitler, Kim Il-Sung, Muammar Al-Gaddafi, Francisco Franco, Augusto Pinochet, Josef Stalin, Kim Jong-II, Slobodan Milosevic, Omar Al-Bashir, Mao Tsé-Tung, Vladimir Lenin, Robert Mugabe, Benito Mussolini, Saddam Hussein, Pol Pot, Getúlio Vargas, Fidel Castro, Ernesto Che Guevara, Raul Castro, Hugo Chávez e Nicolás Maduro.

Em nota, o IFRS esclarece que, até a quinta-feira, dia 19, não havia recebido informações acerca da investigação, mas garante que, no dia 5 de julho, a PFDC indagou a instituição e todos os demais Institutos e Universidades Federais, por meio de ofício, sobre a existência de homenagens concedidas a quaisquer dos 377 autores de graves violações de direitos humanos praticados durante a ditadura, identificados no Relatório Final da Comissão Nacional da Verdade. Em resposta, a instituição emitiu ofício, respondendo que o IFRS não presta homenagem a nenhum nome citado no Relatório Final da Comissão Nacional da Verdade.