Bento Gonçalves

MP espera que processo contra vereadores por concussão seja concluído neste ano

MP espera que processo contra vereadores por concussão seja concluído neste ano

Um ano depois da audiência que deveria marcar o final da fase de instruções do processo que investiga as denúncias contra quatro vereadores de Bento Gonçalves por apropriação de parte dos salários de assessores parlamentares, a Justiça ainda não conseguiu ouvir a última testemunha arrolada pela defesa para decidir se aceita a ação encaminhada em maio de 2014 pelo Ministério Público (MP) contra o vereador Marcos Barbosa (PRB) e os ex-vereadores Vanderlei dos Santos (PP), Adelino Cainelli (PP), e Marlen Pelicioli (PPS).

De acordo com o promotor Alécio Nogueira, uma nova audiência está marcada para setembro para ouvir Eric Maciel, que havia trabalhado como assessor parlamentar na Câmara de Vereadores de Bento Gonçalves e é uma das testemunhas que teria denunciado o caso da devolução de parte dos salários a vereadores.

Desde o início do processo, Maciel não havia sido encontrado para prestar depoimento. Por isso, o MP havia desistido de ouvir a testemunha, mas, como a defesa de pelo menos três dos oito réus (além dos vereadores, outras quatro pessoas envolvidas no esquema de corrupção respondem ao processo) manteve a solicitação, ele deverá ser ouvido em setembro através de carta precatória, que é um instrumento utilizado pela Justiça quando existem indivíduos em comarcas diferentes, já que ele reside em Santa Catarina.

No ano passado, a fase de instrução do processo conseguiu ouvir o presidente da Comunidade Terapeutica Casa Lar Bom Samaritano de Bento Gonçalves, José Antonio Rodrigues, um dos depoimentos que emperrava o andamento.

Se o novo cronograma for cumprido e a fase dos depoimentos for encerrada, a juíza Romani Terezinha Dalcin, titular da 3ª Vara Cível, deverá decidir se o processo terá continuidade ou se arquiva o caso. Na hipótese de que ela acate a citação do MP, iniciam os prazos para a apresentação das razões da acusação e da defesa para permitir a decisão judicial.

O MP terá 15 dias para apresentar suas alegações e, depois disso, os advogados de defesa também terão 15 dias para encaminhar. Com isso, a estimativa é que essa fase possa ser definida em 60 dias.

Promotor estima que sentença pode sair até o final deste ano (Foto: arquivo)

Nogueira acredita que, caso não surja algum fato novo, o processo em primeira instância poderá ser concluído até o final deste ano.

Eu diria assim, até com otimismo, talvez até no final desse ano. Se não houver mais nenhum incidente, em princípio, deve ser julgado ou até o final do ano ou no início de 2018”, acredita o promotor.

Os quatro vereadores foram denunciados por improbidade administrativa e concussão, quando se tira vantagem indevida em razão do cargo que se ocupa. Caso eles sejam condenados, as penas podem variar entre dois e oito anos de prisão e aplicação de multa.

O caso

  

O MP começou a apurar o caso em 2010, após denúncias de ex-assessores da Câmara de Vereadores de Bento Gonçalves. Segundo a investigação, os então vereadores Marcos Barbosa (PRB), o único que ainda tem mandato, Vanderlei dos Santos (PP), Adelino Cainelli (PP), e Marlen Pelicioli (PPS) retiravam o dinheiro dos servidores na hora do pagamento. Uma outra forma de se apropriar dos valores era contraindo empréstimos junto a bancos e ficando com o dinheiro, porém as parcelas acabavam sendo pagas pelos funcionários lesados. O processo, que corria em segredo de Justiça, está aberto depois que a juíza Romani Terezinha Dalcin aceitou o pedido do MP para levantar o sigilo.