Justiça

MP divulgará ainda nesta semana nome de locais que compravam carne de Cavalo em Caxias do Sul

Foto: MP - RS/ Divulgação
Foto: MP - RS/ Divulgação

O promotor de Justiça de Defesa do Consumidor de Porto Alegre, Alcindo Luz Bastos da Silva Filho, responsável pela Operação Hipo, participou na manhã desta quarta-feira (1) da programação da Rádio Viva.

Bastos destacou como está o andamento da operação que desarticulou quadrilha, responsável pelo abate e comercialização de carne de cavalo para estabelecimentos do ramo alimentício em Caxias do Sul.

“O processo criminal já se iniciou na semana passada, continuam seis dos presos da organização criminosa, principais continuam recolhidos ainda mais quatro pessoas foram denunciadas e estamos aguardando a qualquer momento, talvez hoje ainda, alguns laudos laboratoriais que a gente está aguardando justamente pra responder quais dos estabelecimentos foram coletados no dia seguinte a operação poderiam em tese estar utilizando carnes de cavalo e também na questão microbiológica que vários também estavam adquirindo essa carne sem inspeção, sem procedência nenhuma, fora de temperatura, sem rotulagem, sem validade, sem nota fiscal aquela história toda. Então a gente está aguardando esses últimos laudos e havendo mais estabelecimentos com problemas nós nominaremos para conhecimento da população.”

Segundo o promotor, os integrantes do setor de inteligência do Gaeco – Segurança Alimentar estão fazendo a extração de informações, disponíveis nos telefones dos envolvidos. Alcindo Bastos salientou que alguns nomes de estabelecimentos estão mais explícitos, porém, tem outros somente com apelidos ou contatos. Devido outras operações estarem em andamento no MP-RS há uma demora na investigação.

O MP realizou a Operação Hipo no dia 18 de novembro, onde o nome de duas lancherias foram divulgadas por apresentar o teste de DNA positivo. No dia seguinte, outros locais foram visitados e produtos coletados. De acordo com o promotor, nestas inspeções alguns proprietários admitiram que compravam carne da quadrilha, por isso, ele acredita que outras empresas resultem com teste positivo.

Alcindo acredita que os empresários, alguns, tinham conhecimento da origem da carne. Pois, em alguns produtos coletados tinham mau-cheiro, coloração escura, pelos e couro.

“Pessoas que estão a anos no mercado, algumas delas, evidentemente que temos que fazer essa prova também, seria leviano de nossa parte dizer que A, B ou C sem ter uma comprovação, mas ali nas conversas de whatsapp de aquisição não se falava claramente evidentemente em carne de cavalo, é possível que vários não tivessem esse conhecimento mas, volta a frisar, no momento estavam adquirindo um produto de uma pessoa física, não tem empresa nenhuma, sem nota fiscal nenhuma, sem saber nem o que tinha dentro, correram um risco muito grande de estar adquirindo um produto nestas condições, daqui a pouco um animal doente, sem vacina.”

O promotor concluiu que a operação e a investigação foram rápidas devido a gravidade e repercussão do caso. As equipes do MP visualizaram todo o processo realizado pela quadrilha, por isso ele definiu como “Robusta” a operação realizada. O processo agora está na fase criminal, com possibilidade de inclusão dos novos empresários que forem detectados, por meio de laudo, a utilização de carne de cavalo.

Ainda há fases de para defesa, recursos, provas com testemunhas e posterior ocorre a decisão da magistrada responsável pela 4ª Vara Criminal de Caxias do Sul.