Caxias do Sul

Morte de motorista de aplicativo de Caxias do Sul foi encomendada

Mateus Pereira de Campos foi assassinado no dia 28 de setembro de 2019

Foto: Arquivo Pessoal
Foto: Arquivo Pessoal

Após um ano de investigações, a Polícia Civil concluiu que o motorista de aplicativo Mateus Pereira de Campos, 33 anos, foi vítima de um assassinato encomendado por uma pessoa próxima da vítima.

Mateus residia em Caxias do Sul e foi dado como desaparecido no dia 28 de setembro de 2019, quando seu carro, um Nissan March de cor branca, foi encontrado incendiado em uma estrada vicinal entre Campestre da Serra e Vacaria. A polícia começou os trabalhos de investigação no mesmo dia.

O corpo do motorista foi encontrado apenas duas semanas depois, por um agricultor. Ele foi parcialmente enterrado em uma tentativa de ocultação de cadáver.

Após encaminhamento do corpo para necropsia, pesquisas de chamadas telefônicas, tomada de depoimentos, entrevistas, exames e análise de câmeras de segurança, a Polícia Civil apontou que um conhecido da vítima teria planejado o crime e contratado três criminosos de Vacaria para efetuá-lo. Esta pessoa foi flagrada em câmeras de segurança descendo do veículo utilizado no crime, um Vectra verde que pertencia a um dos criminosos. Mais tarde, o mesmo veículo foi encontrado abandonado próximo do local do homicídio.

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A Polícia reuniu as provas e indiciou a mandante do assassinato de Mateus. Durante a investigação, ficou claro que a pessoa tomou inúmeros cuidados para não ser descoberta, confirmando a premeditação do crime. A suspeita prestou três depoimentos à Polícia Civil, contando histórias completamente diferentes em cada uma das vezes e cheias de contradições.

A identidade da mandante ou sua relação com a vítima não podem ser reveladas devido a legislação vigente sobre abuso de autoridade. A Polícia Civil representou por duas vezes pela prisão preventiva da suspeita, mas os pedidos foram negados pela Justiça e ela segue respondendo pelo crime em liberdade.

Para despistar e atrapalhar a investigação, foram criados rumores de que Mateus havia sido assassinado durante uma corrida de trabalho, mas a hipótese foi descartada pela polícia, que confirmou que a mandante do homicídio convenceu a vítima a ir até Vacaria e que ele não estava trabalhando. Por ser uma pessoa próxima, Mateus não desconfiou de nada.

Os demais três co-indiciados, que possuem passagem na polícia por roubos, preferiram não declarar nada sobre o caso. Dos três, dois estão presos em Vacaria.

O Inquérito Policial será remetido na sexta-feira (02), após a conclusão e elaboração do Relatório Final pela autoridade policial responsável pelo caso, Delegado Anderson Silveira de Lima.

A Polícia Civil teve uma reunião com a família da vítima na última terça-feira (29) para repassar as informações do caso.