Caxias do Sul

Moradores de rua fazem a abertura da folia de blocos no carnaval de Caxias

Foto: Divulgação
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“Eu quero é botar meu bloco na rua, botar para vencer”. Entoando essa e outras marchinhas, as pessoas em situação de rua atendidas pelo Centro Pop Rua, vinculado à Fundação de Assistência Social (FAS), participaram de um bloco de carnaval e saíram pelas ruas de Caxias do Sul.

Acompanhados por uma equipe da FAS, os foliões saíram da rua Duque de Caxias (Centro Pop Rua) e passaram pela Dr. Montaury até chegar à Praça Dante Alighieri. O cortejo ocorreu somente pela calçada, por questão de segurança, durante a tarde desta sexta-feira, dia 9 . “A gurizada se uniu muito e a união faz a força. A gente também é gente, estamos na rua, mas temos família, temos sangue. Somos seres humanos. Foi um grande evento, pra mim foi muito importante pular esse carnaval”, disse um dos participantes do bloco.

Atividade foi promovida pela FAS durante a tarde desta sexta-feira. Foto: Divulgação

Ao longo do último mês, os usuários participaram de uma oficina com instrumentos alternativos, de onde surgiu a ideia de fazer um bloco. Essa semana eles também confeccionaram seus próprios abadás. O músico Tonico de Ogum realizou seis encontros para passar noções de bateria aos foliões. “Foi um trabalho de coordenação motora com eles, com números e letras, para aguçar o ritmo. Preparamos células rítmicas com inspiração no samba, no hip-hop e na cultura afrodescendente”, explica.

A atividade teve como principal objetivo resgatar o carnaval de rua como arte popular. Um dos idealizadores do bloco foi o contador de histórias Cosme Messias, mais conhecido pelo personagem Vovô Juca. “Me inspirei em alguns amigos de Belém do Pará, que realizam um trabalho que também dá visibilidade ao morador de rua. Desde o ano passado nós imaginamos e pensamos essa atividade. A ideia era que Caxias do Sul enxergasse essas pessoas com outro olhar. E foi o que aconteceu”, comemorou Messias.

A organização foi feita pelos servidores do Centro Pop, usuários, direção de média e alta complexidade da FAS, o músico Tonico de Ogum e os voluntários Vovô Juca e Vovó Loló.