O plenário da Câmara de Vereadores de Garibaldi foi palco, na sessão ordinária desta segunda-feira (25), de um protesto carregado de indignação e preocupação. Moradores do Loteamento Fenachamp estiveram presentes para denunciar publicamente uma empresa da região que, segundo eles, está tornando a vida no bairro insuportável devido à emissão de partículas de cimento no ar.
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A denúncia
O problema, que persiste há semanas, transformou o quotidiano da comunidade. Uma fina e constante camada de pó cinzento cobre casas, carros, móveis externos e áreas de lazer, causando sujeira incessante, danos materiais e, principalmente, o temor de graves consequências para a saúde, especialmente de crianças e idosos.
A emissão teria origem em um reservatório de uma empresa localizada nas proximidades da Rua Bianca Barichello Scomazzon. Vídeos gravados pelos próprios moradores, amplamente compartilhados, mostram uma nuvem densa e acinzentada sendo liberada e carregada pelo vento diretamente em direção às residências, em um fluxo que aparenta ser contínuo e de volume considerável.
Além do incômodo imediato, os prejuízos são tangíveis. Os moradores relatam ter de lavar quintais e varandas múltiplas vezes ao dia, além de enfrentarem desgaste prematuro na pintura de veículos e em eletrodomésticos. A maior inquietação, no entanto, é invisível e reside no ar que respiram.
A comunidade exige soluções
Diante da aparente inação, a ida à Câmara marca uma escalada nas ações da comunidade. Eles exigem uma posição urgente e efetiva dos órgãos competentes. Em manifestação anterior, a Secretaria Municipal de Inovação e Empreendedorismo de Garibaldi informou que a empresa em questão opera com licenças válidas e que não há restrições legais contra ela.
Insatisfeitos com a resposta, os moradores já sinalizam que esgotaram a via administrativa e preparam-se para entrar com recursos jurídicos. O objetivo da comunidade é duplo: forçar a empresa a tomar medidas imediatas para conter totalmente a emissão de poluentes e fazê-la responder judicialmente por todos os danos materiais e morais já causados à população do Fenachamp.
O caso agora está formalmente em pauta no legislativo garibaldense, pressionando o executivo a revisar as licenças e fiscalizar com rigor o episódio, que se tornou uma questão de saúde pública para dezenas de famílias.
Fotos: Especial Leouve