MANIFESTAÇÃO

Moradores bloqueiam trânsito na BR-116, em Vila Cristina, para reivindicar construção de ponte

Ponte entregue em setembro está deteriorada e fica totalmente submersa nos momentos de fortes chuvas; comunidade pede providências

Moradores bloqueiam trânsito na BR-116, em Vila Cristina, para reivindicar construção de ponte
Foto: Marcelo Passarella

Um protesto realizado no km 170 da BR-116, próximo à Vila São Pedro, na localidade de Vila Cristina, em Caxias do Sul, bloqueou o trânsito de veículos em ambos os sentidos da rodovia. A manifestação efetuada por volta das 14h desta quinta-feira (02) teve o objetivo de reivindicar a construção de uma nova ponte para garantir o acesso dos moradores à localidade. Com as chuvas, a estrutura fica totalmente submersa pela água, o que inviabiliza o acesso de moradores e aumenta o temor de que a estrutura se rompa totalmente.

Com a orientação dos agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), foi instituído um sistema de “pare e siga” em períodos de dez minutos de trânsito liberado e outros cinco de bloqueio. O trânsito foi totalmente liberado por volta das 16h50.

A ponte atual, foi entregue à população em meados de setembro e foi fruto de um acordo entre o Ministério Público (MP) e o município. Porém, passados cerca de quatro meses desde a inauguração da ponte, a estrutura já apresenta rachaduras e fica abaixo do nível do Arroio Pinhal nos momentos de chuvas mais intensas – o que inviabiliza a circulação de pessoas e de veículos para as residências próximas.

As dificuldades da comunidade a as reivindicações por uma travessia segura são mostradas na página do Instagram Vila São Pedro, criada para denunciar a precária condição do local e solicitar providências urgentes do poder público. A reportagem registrou o bloqueio, cujo vídeo pode ser acessado por esse link.

Situação piorou com as chuvas mais recentes

Segundo relatos de moradores, a subprefeitura foi até o local na manhã para retirar pedaços de árvores e entulhos que ficaram presas à ponte com as fortes chuvas da madrugada. Alguns moradores contam que a água ficou cerca de quatro metros acima do nível do rio devido à obstrução dos canos.

“Aqui hoje nós acordamos com quatro metros de altura da água por cima da ponte. Conseguimos liberar porque pedimos ajuda para uma retroescavadeira, mas o vidro do veículo quebrou e a subprefeitura disse que iria nos cobrar esse valor. Se nós sairmos, não temos o direito de voltar, e se ficarmos, não conseguimos ingressar. Perdemos o direito de ir e vir, conta a moradora Marilce Alves da Silva, de 48 anos.

Segundo outro morador, as dificuldades de travessia estão cada vez mais frequentes, prejudicando estudantes e trabalhadores.

“Ninguém fala nada para resolver nossa situação, o município joga para o Estado e o Estado para o município. Eu tenho netos que perderam o ano, porque quando chovia ficávamos de três a quatro dias sem passar pela ponte, e isso prejudicou muito eles. Qualquer ponte de madeira já ajuda nós, não queremos uma ponte de milhões, mas uma que funcione direito”, relata o morador Mauro Fusconi, de 54 anos.

A Vila São Pedro foi estabelecida em meio a uma área de invasão e foi fortemente impactada pelas enchentes registradas em maio deste ano. Cerca de 40 famílias vivem atualmente no local. Hoje, o Estado é o responsável pela área, porém o Ministério Público move uma ação para que a situação da Vila seja regularizada.