O ministro dos Direitos Humanos, Gustavo Rocha, retorna esta semana para os Estados Unidos para negociar o impasse das crianças brasileiras que estão separadas dos pais de acordo com as leis sobre a imigração ilegal naquele país.
Desde maio deste ano, a política do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de tolerância zero com a imigração ilegal, levou à separação de mais de duas mil crianças de suas famílias, pelo fato de terem passado pela fronteira entre México e Estados Unidos.
Gustavo Rocha e sua delegação vão ficar no país até a sexta-feira, dia 20, e, neste período, passarão por Nova York, Washington e Boston. Eles farão uma série de reuniões com órgãos multilaterais, como a Organização das Nações Unidas (ONU), e a Organização Internacional para Migração, além de se encontrar com organizações da sociedade civil.
Na semana passada, ao visitar abrigos em Chicago, o ministro disse que as crianças estão bem acolhidas, mas isto não as tira de uma situação de vulnerabilidade.
“É evidente que o fato de estarem sendo bem acolhidas não afasta a situação de vulnerabilidade e a questão psicológica de crianças pequenas estarem afastadas de seus pais”, afirmou Rocha.
O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, já conversou com algumas crianças, que disseram que querem ficar nos Estados Unidos. Porém, segundo ele, é preciso dar assistência e suporte para que elas fiquem bem, seja lá, ou aqui no Brasil.
“Assistência significa visita, significa promover o contato com as famílias, localizar as famílias, saber onde o pai ou a mãe estão detidos, assistência psicológica e assistência jurídica”.
De acordo com o governo, aproximadamente 50 crianças brasileiras estão afastadas de seus pais e sob a guarda dos americanos.