Comportamento

Ministério Público do RS cria grupo especializado em combater crimes praticados na internet

CyberGaeco tem como objetivo identificar, prevenir e reprimir as atividades das organizações criminosas cometidas na internet

(Fotos Site Ministério Público RS/Divulgação)
(Fotos Site Ministério Público RS/Divulgação)

O Ministério Público do Rio Grande do Sul publicou nesta terça-feira (26), provimento que cria o 13º Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Com atuação em todo o Estado, o CyberGaeco tem como objetivo identificar, prevenir e reprimir as atividades das organizações criminosas, de corrupção de agentes públicos e de lavagem de dinheiro cometidos na internet.

No lançamento do novo núcleo de investigação, realizado na segunda-feira, no Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (Ceaf) do Ministério Público, o procurador-geral de Justiça, Marcelo Lemos Dornelles, lembrou que a prática de infrações penais em meios virtuais e de informática é um fenômeno que tende a crescer na mesma proporção em que aumenta vertiginosamente a dependência humana a estes meios. “O CyberGaeco é mais um avanço no momento em que a internet é cada vez mais utilizada, inclusive para prática de crimes. O núcleo vai ter o papel não apenas de enfrentamento à criminalidade, mas, também, de capacitação e treinamento para membros e servidores do MP”, disse.

Subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Institucionais, Júlio César de Melo explicou que o CyberGaeco insere-se dentro das inovações construídas para otimizar a atuação do MPRS no combate à criminalidade organizada. “É importante desenvolver novas formas de atuação e ferramentas que possibilitem resultados ainda mais eficazes nas nossas ações, inclusive quanto aos delitos praticados no ambiente virtual”, destacou.

O promotor de Justiça João Afonso Silva Beltrame, secretário-executivo do Gaeco, lembrou que o Brasil é considerado o segundo país com maior número de crimes cibernéticos no mundo, com 62 milhões de brasileiros vítimas, tendo sido capturadas 1,4 bilhão de informações confidenciais por criminosos no país somente no ano de 2017. “Dados do próprio FBI apontam que 1,14% do PIB mundial foi atingido por crimes cibernéticos. Dentro dessa realidade, dessa evolução tecnológica que a gente vem avançando, inclusive com a pandemia, o CyberGaeco veio para fortalecer o combate a esse tipo de organização criminosa que cresce a passo largo no Brasil e no mundo”, ressaltou Beltrame.

O novo núcleo será coordenado pelo promotor de Justiça Roberto Carmai Duarte Alvim Júnior. “Como fiz o mestrado em direito e segurança em Portugal e um MBA em cybersecurity, ethical hacking e forensics, trarei esses conhecimentos da Europa e da tecnologia da informação para aprimorarmos a prevenção e repressão à cibercriminalidade”, destacou, enfatizando que o CyberGaeco também dará treinamento para membros do MPRS sobre prova digital, pericia digital e crimes informáticos e estreitará laços com a iniciativa privada e com outros órgãos de Estado para troca de informações preventivas contra crimes cibernéticos.