O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) denunciou na terça-feira, dia 20 de fevereiro, um jovem, de 20 anos, por espancar e matar a pontapés, chutes e pisões uma vítima que dormia em uma rua do bairro São Bento, em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha. O investigado, que se encontra preso, foi denunciado pelo promotor de Justiça Damasio Sobiesiak por homicídio qualificado por motivo fútil e mediante recurso que dificultou a defesa do agredido.
O crime ocorreu por volta das 3h do dia 20 de janeiro deste ano, na Rua Senador Joaquim Pedro Salgado Filho. A vítima, Dionater Bertuzzi, de 31 anos, natural de Nova Prata, também na Serra, após as agressões, foi conduzida para atendimento em hospital e faleceu na última segunda-feira, dia 19 de fevereiro. O denunciado estava com outras seis pessoas já identificadas. São todos adolescentes. Dois deles também serão responsabilizados pelo MPRS por participarem do assassinato. O crime foi gravado por imagens de câmeras de segurança.
Conforme a denúncia, a vítima dormia na calçada quando foi abordada pelo grupo. O denunciado retirou algo do bolso de Bertuzzi e, junto com os outros, saiu em seguida do local. Segundos depois, a vítima se levantou e foi cambaleando até o meio da rua, quando o acusado e mais dois adolescentes voltaram até o trecho onde ela estava e aplicaram-lhe uma rasteira, derrubando-a no chão e, na sequência, desferiram-lhe 16 pontapés, chutes e pisões, a maioria deles na cabeça. Após isso, o grupo saiu do local e Bertuzzi foi encaminhado para o hospital Pompéia, em Caxias do Sul, onde morreu nesta semana. O sepultamento ocorreu em Nova Prata.
Para o promotor Damasio Sobiesiak, “trata-se de homicídio qualificado porque não foram angariadas provas suficientes da subtração de qualquer bem da vítima. Além disso, o fato objeto da denúncia indica uma insensibilidade humana do denunciado, que, apoiado pelos adolescentes, simplesmente derrubou a vítima mediante uma rasteira — aplicada por um dos adolescentes — junto com os outros presentes iniciou as agressões. A Justiça penal precisa ser dura na resposta, diante de tamanha selvageria demonstrada e que resultou, inclusive, na morte da vítima, após um mês de internação, em consequência das agressões gratuitas sofridas”.