Michelzinho não tem babá. Isso mesmo. Afinal, o garoto tem oito anos, e, convenhamos, um garoto de oito anos não precisa de babá, né mesmo? Então tá combinado. Michelzinho não tem babá.
E olha que não sou eu que estou dizendo que Michelzinho não tem babá. Foi o Palácio do Planalto, em pleno Dia das Mães, quem disse que Michelzinho não tem babá.
Pois o assunto foi mesmo o presente de Dia das Mães pros brasileiros porque vazou a informação de que nós, os botocudos, pagamos com o dinheiro suado dos nossos impostos o salário da babá do Michelzinho.
Pra quem não ligou o nome à pessoa, Michelzinho é aquela criança muito danada que fez os pais deixarem o Palácio da Alvorada mesmo depois da reforma pra seguir morando no Jaburu.
Pois o governo veio dizer oficialmente que Michelzinho não tem babá e que, portanto, a moça que ganha lá seus cinco mil reais do governo como assessora técnica do Gabinete de Informação em Apoio à Decisão, seja lá o que quer que seja isso, não é babá do Michelzinho.
Antes, a moça era assistente no Gabinete-adjunto de Gestão e Atendimento, também um cargo de confiança do excelentíssimo senhor Presidente da República, mas agora ganhou um aumento.
Vá lá, vai ver que pra aguentar as estripulias do temporão presidencial ela bem que merece mesmo né não? Vai saber.
Pois a moça também não confirma que ela seja mesmo babá do Michelzinho, mas também não sabe ao certo dizer o que ela faz no expediente que dá todo dia no Jaburu ou quando viaja com a primeira família com todos os direitos garantidos e polpuda diária de viagem, que aqui ninguém é besta.
Nada mais justo. Afinal de contas, como disse o temerário presidente, Michelzinho já se afeiçoou à moça.
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A verdade é que Michelzão deve achar mesmo que não tem nada demais que eu e você sejamos obrigados a pagar o salário da babá que não é babá do Michelzinho.
Afinal, a gente já paga o motorista da dona Dilma, o segurança do senhor Lula da Silva e as mordomias do mestre Fernando Henrique até hoje.
E também porque, vamos combinar, não é novidade alguma nessa nossa república de bananas a prática de misturar o público com o privado.
O certo é que, mesmo que banal, esse é um arranjo desses que não se deveria fazer, simplesmente porque é imoral e promíscuo, ainda mais nessa época de reformas duras contra os mais pobres, mas é um nada perto do papel que o governo faz como babá dos poderosos.
Não sei porque eu lembrei de um outro caso envolvendo um nada saudoso presidente, que fez da Casa da Dinda o seu Palácio da Alvorada, e as contas da casa pagas com dinheiro escuso pelo famoso tesoureiro assassinado anos depois acabaram por apeá-lo do poder.
Mas não tem nada a ver.
No caso do Michelzão, ele parece mesmo é querer transformar o palácio do Planalto na casa da mãe joana.
Assista ao comentário:
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