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Meteorologista comenta onda de calor que deve atingir a Serra Gaúcha nesta semana

Foto: Fabiano do Amaral / CP
Foto: Fabiano do Amaral / CP

A notícia de que a América do Sul deve ter nos próximos dias temperaturas que podem se aproximar dos 50ºC pegou muita gente de surpresa. Até mesmo quem gosta do calorão está preocupado com essa situação. A reportagem do Grupo RSCOM procurou o meteorologista da MetSul, Luiz Fernando Nachtigall para comentar sobre a situação.

Recordes de máximas de décadas devem cair nos territórios uruguaio e argentino que devem sofrer o pior da onda de calor, mas marcas históricas também podem ser alcançadas também no Rio Grande do Sul.

Conforme as projeções do modelo GFS da NOAA (Estados Unidos), que é base para prognósticos automáticos de muitos aplicativos e sites, são esperadas máximas de 45ºC a 50ºC numa extensa área que compreende o Rio Grande do Sul, Argentina e Uruguai.

Máximas acima de 35ºC devem ser generalizadas no final da semana no estado gaúcho e muitas cidades terão máximas perto ou acima de 40ºC. Mesmo cidades da Serra Gaúcha podem ter marcas extremas no final da semana com máximas de até 37ºC em Caxias do Sul e ao redor dos 40ºC nos vales de Farroupilha e Bento Goncalves.

Conforme Nachtigall, o calor mais forte deve ficar restrito à Argentina e ao Uruguai, já para o Rio Grande do Sul, mas máximas podem ocorrer na fronteira.

“Aqui no Estado as máximas devem ocorrer no Oeste, alguns pontos podem ultrapassar os 40ºC,  e ficar na faixa dos 41ºC, 42ºC, talvez nos pontos mais quentes podendo chegar aos 43ºC. Na parte mais Leste e Nordeste do Estado, haverá um calor forte, mas ainda com uma incerteza das projeções matemáticas. Onde inclui a área da Serra Gaúcha, já na terça-feira a temperatura deve ficar acima dos 30ºC, tendo seu pico entre a quinta-feira e sexta-feira, tendo as máximas ao redor dos 35ºC, na sexta”, disse.

Ele também comentou sobre a quebra de recordes.

“Essa época normalmente faz calor, mas nesse caso especifico, dessa massa de ar quente, ela foge à regra. Ela será mais intensa se for comparar com outras massas que avançam na nossa região nesse período. Tanto que os recordes do nosso Estado são ainda do século passado. O que se vislumbra agora é que muitos pontos poderão ter essa quebra de marcas históricas”, comentou.

Desde que tiveram início as medições meteorológicas regulares no estado gaúcho em 1910, as maiores máximas oficiais foram de 42,6ºC em 1917 (Alegrete) e em 1943 (Jaguarão), ambos verões de forte estiagem como 2022.