Embora o mundo ainda viva assolado pela pandemia de Covid-19, outros problemas seguem causando temor. No Brasil, a dengue ainda faz diversos casos anualmente e vítimas fatais são registradas nos hospitais do país. Na Serra Gaúcha, mais especificamente em Bento Gonçalves, o mosquito Aedes aegypti ainda é encontrado em focos ao redor do território urbano e rural. No último ano, 2021, foram localizados 76 focos do inseto no município.
Para combater a dengue e outras doenças que podem ser transmitidas pelo mosquito, existem 22 agentes de endemias que trabalham na Secretaria de Saúde de Bento Gonçalves. As equipes possuem a capacidade de realizar 1.200 visitas em imóveis por semana. Somente no período de outubro a dezembro foram verificados, 11.981 imóveis durante as atividades normais e mais 1.680 durante o Levantamento Rápido de Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAs), que é um trabalho realizado por amostragem, onde todos os bairros são visitados em uma semana. Foi constatado que o índice de infestação da cidade pelo inseto ainda é menor de um por cento.
A médica veterinária da Vigilância Ambiental, Analiz Zattera, destacou sobre o trabalho realizado pelos agentes.
“A principal orientação feita pelos agentes é de que a população descarte possíveis criadouros de forma correta, principalmente através da coleta de lixo reciclável. Lembramos que vistorias de apenas 15 minutos por semana na casa e nos arredores é suficiente para eliminar muitos criadouros nos imóveis. A eliminação começa com a retirada de água dos depósitos e seu descarte através da coleta de lixo reciclável”, explica.
A veterinária destacou que muitos pontos vistoriados em 2021 apresentavam falta de proteção contra mosquitos. Desde telas antimosquitos até caixas d’águas destampadas. A falta de vedação pode criar um ambiente propicio para proliferação do inseto.
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A Drª Isabele Berti, infectologista do Hospital Tacchini destaca quais são os principais sintomas da dengue e os cuidados que as pessoas devem ter para evitar criar focos da dengue.
“Os sintomas mais comuns da dengue então são manchas vermelhas no corpo e manchas que geralmente não somem quando a gente aperta, elas não somem quando a gente faz de digitopressão, muita dor nas articulações, dor no fundo dos olhos. Em alguns casos podemos ter também dor abdominal, cansaço extremo, uma dor no corpo que não passa, enjoos e vômitos.” afirmou a médica.
Em relação aos focos da dengue, a Drª Isabele destacou que o período com chuvas intercaladas com calor é propício para o surgimento de pontos com água parada e um clima ideal para proliferação dos mosquitos.
“Nesse momento que temos chuvas intercaladas com períodos de muito calor, que a gente cuide os depósitos de água, poças d’água, construções, caixa d’água abertas, lajes que podem ter acúmulo de água, potes plásticos, as plantas porque esse é um grande reservatório do mosquito da dengue, o Aedes aegypti, e ele se prolifera com muita facilidade na água. E nesses períodos que a gente tem muito calor associado então manter a higiene é fundamental para que o mosquito não prolifere. Então tudo o que puder ter acúmulo de água tem que estar bem limpo e higienizado. Os potes das plantas têm que ter um pouquinho de areia no fundo para não acumular a água. Tudo o que a gente puder manter tampado, todos os reservatórios que a gente possa manter a tampa, devemos manter para que não ocorra o acúmulo das larvas e depois não não venha o mosquito”. Frisou.
