AINDA SEM ACORDO

Mesmo após protesto, terceirizadas da prefeitura de Farroupilha seguem sem receber salários

Secretário afirma que falta de repasse do salário é fruto de uma decisão judicial, que não tem data para ser resolvida

PAGAMENTO
Manifestação teve aproximadamente 10 pessoas (Foto: Eduardo Garcia/Grupo RSCOM)

Não foi nesta segunda-feira (13) que as terceirizadas da prefeitura de Farroupilha que estão com seus salários atrasados, tiveram o problema resolvido. Mesmo realizando um protesto pacífico desde às 7h50 em frente ao Centro Administrativo Avelino Maggioni, é necessário o andamento judicial do caso para então o salário cair na conta dos trabalhadores.

Cerca de 10 pessoas estiveram com apitos, tampas de panela e um cartaz com a mensagem: “Trabalho feito e o salário não pago”. Após muito esperar, os servidores foram atendidos pelo Secretário Municipal de Gestão e Governo, Thiago Galvan, apenas às 10h34, sendo dirigidos até o Salão Nobre da Prefeitura, em reunião que durou aproximadamente 40 minutos.

Após o encontro, Galvan salientou que o Executivo tem o dinheiro em caixa e está pronto para passar os valores, no entanto o impeditivo é uma decisão judicial, que no momento inviabiliza o repasse.

“Nós estamos envidando todos os esforços para que dentro da legalidade as equipes que trabalharam e prestaram o serviço para as empresas terceirizadas e estão reivindicando, cheguem nas contas deles o mais rápido possível. Nós recebemos há alguns dias atrás uma ordem judicial para que não fosse efetuado nenhum pagamento diretamente à empresa prestadora de serviços, porque alguns servidores já tinham procurado o sindicato e assinado alguns questionamentos referentes a como se daria a rescisão contratual”, afirma o secretário.

Reunião entre o secretário Thiago Galvan e os trabalhadores (Foto: Eduardo Garcia/Grupo RSCOM)

No entanto, como explicou Thiago Galvan, será necessário uma articulação para que enfim os valores devidos sejam depositados. Não há uma data para que o repasse seja efetuado.

“Nós pedimos para que essa reunião seja realizada com a maior brevidade possível, o doutor Daniel Mocelin participou da reunião com os profissionais que estavam reivindicando o pagamento e vai articular isso com a Justiça do Trabalho. Havendo uma ordem judicial o município de Farroupilha sempre trabalhou dentro da legalidade, e isso é uma diretriz que nós temos, e seguiremos nesta linha. Vamos fazer com que essa reunião aconteça o mais rápido possível”, salientou.

Uma das manifestantes, que se chama Carine, relatou em entrevista à Rádio Viva 94,5 FM as dificuldades que vem enfrentando nos últimos dias, por conta da falta de dinheiro.

“Eu trabalhei três anos, teve gente que trabalhou cinco anos, tem gente que a mulher e o esposo trabalharam pela empresa Syltec, terceirizadas da prefeitura e simplesmente chegou o dia do pagamento e nenhum funcionário recebeu. A prefeitura joga pro sindicato, o sindicato joga pra Syltec, a Syltec joga pro juiz e a gente não recebe. Eu tenho três bebês pequenos de um ano que precisam de leite e fralda. Nós queremos uma resposta, por isso estamos aqui”, disse ela.

Apitos, tampas de panela e até um cartaz fizeram parte do protesto (Foto: Eduardo Garcia/Grupo RSCOM)

Relembre o caso

O Sindicato dos Trabalhadores em Limpeza e Conservação (Sindilimp) ingressou com uma ação coletiva na Justiça do Trabalho contra a empresa Syltec Serviços, que mantinha contrato com a prefeitura de Farroupilha, o qual se encerrou no dia 1º de outubro. A medida levou à suspensão temporária do repasse de valores do município à empresa, o que resultou no atraso do pagamento dos salários das trabalhadoras terceirizadas.

De acordo com o Sindilimp, o contrato entre a Syltec e o município envolve 84 trabalhadoras e está em fase final. A entidade denuncia irregularidades nos depósitos de FGTS e suposta coação por parte da empresa, que estaria tentando fazer com que funcionárias assinassem acordos mútuos de rescisão sob ameaça de férias coletivas ou até de autofalência.

Procurada pela reportagem de Leouve, a prefeitura de Farroupilha já havia se manifestado na última semana, por meio de nota, onde afirma estar cumprindo apenas uma decisão judicial.

A prefeitura de Farroupilha informa que a suspensão do pagamento à empresa terceirizada Syltec decorre exclusivamente do cumprimento de uma decisão judicial, proferida após o Sindicato dos Trabalhadores em Limpeza e Conservação (Sindilimp) ingressar com uma ação coletiva contra a empresa.

Dessa forma, a Administração Municipal está apenas seguindo a determinação legal vigente, aguardando o andamento do processo junto à Justiça. A prefeitura reforça que mantém todos os seus compromissos em dia, sempre atuando com responsabilidade e dentro da legalidade.

A prefeitura reforça que todos os pagamentos anteriores a isso estão em dia e que aguarda o andamento do processo, colocando-se, inclusive, à disposição para eventual depósito judicial dos valores pendentes a serem pagos pelo Município.