Caxias do Sul

Merendeiras das escolas estaduais da Serra Gaúcha se manifestam após salários atrasarem pelo terceiro mês consecutivo

Empresa responsável pelo pagamento das funcionárias deu prazo para regularização até sexta-feira (23); ato ocorreu em frente à 4ª CRE

(Foto: Alice Corrêa/Grupo RSCOM)
(Foto: Alice Corrêa/Grupo RSCOM)

As funcionárias responsáveis pela merenda das escolas estaduais da Serra Gaúcha estão novamente com seus salários em atraso. Diante da falta pelo terceiro mês consecutivo para algumas delas, as mulheres resolveram se manifestar na tarde desta terça-feira (20), em frente à 4º Coordenadoria Regional do Estado (4ª CRE), situada em Caxias do Sul. Algumas das trabalhadoras relataram que, além dos salários atrasados, benefícios como vale transporte e vale alimentação também estão em falta.

A concentração iniciou por volta das 14h30, com um grupo de mulheres e alguns familiares pedindo por respostas. Segundo elas, os responsáveis pela empresa terceirizada contratada para efetuar limpeza e produzir alimentos para as escolas estaduais na Serra Gaúcha não respondem mensagens e nem atendem os telefonemas, e quando tentam contato por aplicativo de mensagens respondem que não conseguem fazer nada. Ainda, a mesma empresa já é alvo de diversas reclamações por parte de funcionários e apresenta o mesmo problema desde o início do ano letivo.

Elise do Amarante Machado, de 44 anos, era merendeira na Escola Estadual Érico Veríssimo, no bairro São Ciro, em Caxias do Sul. Ela ressalta que foi desligada por mensagem no último dia 10 de junho, porém, não recebeu o valor completo de sua rescisão e a empresa alegou não ter recebido uma documentação solicitada. “Me pagaram só metade da rescisão de contrato, não pagaram tudo, o salário também não foi pago. Simplesmente eles mandaram uma mensagem para mim dizendo que não precisavam mais do meu serviço. Me mandaram um papel para assinar, esse que eu mandei três vezes para a empresa, disseram que eu não tinha mandado. Aí, recebi só metade da rescisão, o pagamento não veio ainda para nenhuma de nós, e a gente quer receber. A gente quer receber o nosso salário que está atrasado e o meu resto da minha rescisão de contrato”.

Após a concentração em frente à 4ª CRE, as funcionárias foram prontamente recebidas pela equipe da coordenação para uma reunião e tentar conciliar o empasse com a terceirizada. Conforme os relatos das mulheres após a reunião, foram informadas de que o contrato com a empresa será mantido somente até julho, ou seja, a terceirizada teria um contrato de apenas seis meses. Simone Amaro Sachett, de 45 anos, funcionária na Escola São Tiago, de Farroupilha, lembra as tratativas propostas em ata com a coordenação da 4ª CRE. “A 4ª CRE vai tentar reter o nosso salário para então nos pagar. Daqui para frente, pois no caso precisamos ainda receber o mês de maio e junho, que está vencendo de novo, eles vão tentar essa retenção. Não deram garantia de que consigam, mas que vão tentar reter judicialmente e não repassar para eles, para nós termos chance de receber esse salário em dia e ter a chance de receber os meses que a gente trabalhou e a finalização do contrato. Também foi informado que já tem uma outra empresa que ganhou a licitação, uma empresa séria que já atuou com eles, e aí sim, vai depender da gente querer continuar com essa nova empresa ou não. Mas essa atual, agora em julho, já não deve mais atuar”.

O prazo para pagamento das funcionárias segue até sexta-feira (23), que conforme as manifestantes, foi acordado em contato durante a reunião desta tarde.

Foto: Alice Corrêa/Grupo RSCOM