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Mercado de trabalho no Rio Grande do Sul apresenta estabilidade no primeiro trimestre de 2024

Pesquisadores projetam que os impactos socioeconômicos das enchentes causem retração nos resultados dos trimestres seguintes

Mercado de trabalho no Rio Grande do Sul apresenta estabilidade no primeiro trimestre de 2024
Foto: Ilustrativa/Agência Brasília

No primeiro trimestre de 2024, o nível de ocupação no Rio Grande do Sul manteve-se estável em 62,2% em comparação com o trimestre anterior. Este percentual refere-se à proporção de pessoas ocupadas em relação às pessoas em idade de trabalhar. No mesmo período, a taxa de desocupação estadual aumentou de 5,2% para 5,8%, uma variação comum devido a fatores sazonais que geralmente elevam o indicador no início do ano.

Comparativamente, no mesmo trimestre do ano anterior, a taxa de desocupação permaneceu estável no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, enquanto registrou uma queda em São Paulo e no Brasil como um todo.

Crescimento do Emprego Formal

Nos últimos 12 meses, encerrados em abril de 2024, o número de trabalhadores formalmente empregados no Rio Grande do Sul cresceu 2,2%, com um saldo de 60,6 mil novos vínculos, elevando o total para 2.840.145. No Brasil, o crescimento foi mais expressivo, alcançando 3,8%.

A desocupação de longo prazo (período de procura por trabalho igual ou superior a um ano) também registrou uma diminuição significativa, passando de 28,1% para 24,6% no estado, comparando o primeiro trimestre de 2024 com o mesmo período do ano anterior.

Esses dados são parte do Boletim de Trabalho divulgado nesta quinta-feira (20/6) pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG). A publicação trimestral, elaborada pelos pesquisadores Raul Bastos e Guilherme Xavier Sobrinho, utiliza informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do IBGE e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Força de Trabalho

No primeiro trimestre de 2024, a taxa de participação da força de trabalho no Rio Grande do Sul permaneceu estável em 66%, similar ao observado em SC (68,1%) e PR (65,5%). Em SP e no Brasil, houve uma leve redução, de 67,1% para 66,3% e de 62,2% para 61,9%, respectivamente.

A ocupação informal no Rio Grande do Sul também se manteve estável, com 1,87 milhão de pessoas, enquanto no Brasil houve uma redução de 1,5%.

Desempenho dos Setores Econômicos

O setor de serviços foi o principal responsável pelo aumento dos vínculos formais, contribuindo com 46,6 mil dos 60,6 mil novos empregos, representando 77% do total. O comércio adicionou 13,2 mil empregos (21,9% do saldo), enquanto a indústria teve uma redução de 2,8 mil postos (-0,4%).

Os setores de agropecuária e construção, que possuem menor participação no emprego formal do estado, apresentaram crescimento de 2% e 1%, respectivamente.

Análise Regional e Salários

Todas as nove Regiões Funcionais (RF) do Estado registraram variações positivas no emprego formal entre abril de 2023 e abril de 2024. A RF 7 (Noroeste do Rio Grande do Sul) teve a menor expansão (0,6%), enquanto a RF 9 (Passo Fundo e Erechim) registrou o maior crescimento (4%).

Em abril de 2024, o salário médio dos trabalhadores no mercado formal do Rio Grande do Sul foi de R$ 2.006,10, abaixo da média nacional de R$ 2.115,65. Comparado ao mesmo mês de 2023, houve um aumento de 3,8% no salário médio estadual.

Perspectivas para o Segundo Trimestre

Os impactos socioeconômicos das enchentes no Rio Grande do Sul, ocorridas no final de abril e durante maio de 2024, devem afetar o mercado de trabalho no segundo trimestre. Pesquisadores projetam uma retração na taxa de participação da força de trabalho e uma queda acentuada no nível de ocupação, com possível prolongamento nos dois trimestres seguintes. A taxa de desocupação estadual também deve aumentar, embora não se preveja uma queda significativa na taxa de informalidade.