O ministro da articulação política do governo federal, Carlos Marun, volta a articular as negociações do governo federal para aprovar a reforma da Previdência, nesta quarta-feira, dia 27. Ele estará reunido com o presidente Michel Temer, o relator da proposta na Câmara, Arthur Maia (PPS-BA), e o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), um dia depois de confirmar que a União pretende negociar auxílio financeiro aos estados em crise em troca de apoio à votação da reforma da previdência.
Marun admitiu nesta terça-feira, dia 26, que o governo está mesmo condicionando a liberação de recursos da Caixa Econômica Federal a governadores que apoiarem a reforma. Assim, num jogo claro de toma lá, dá cá, que é negado pelo ministro, que entende o caso como estratégia normal de governo.
O cálculo é simples: sem verbas em caixa para liberar emendas e convencer os parlamentares a aprovarem mudanças no regime previdenciário num ano eleitoral, o governo decidiu “comer pelas beiradas”: agrada os governadores e, estes sim, fazem o papel de convencer suas bancadas na Câmara a aprovarem o texto.
Marun se reuniu com o presidente Michel Temer na terça-feira para apresentar um panorama da votação da reforma da Previdência. Jura que não tem números, mas também não tem dúvidas de que a proposta passa em plenário em 19 de fevereiro.
O uso de liberação de recursos da Caixa como moeda de troca foi denunciado pelo governador de Sergipe, Jackson Barreto, do PMDB, mesmo partido de Temer e Marun. O ministro da Secretaria de Governo nega que seja chantagem o que vem sendo proposto aos governadores que pedem ajuda ao governo para salvar suas contas. Mas admite que só terão “reciprocidade” aqueles que votarem como quer o presidente Temer. Quem não ajudar, não leva.
“Nós realmente estamos conversando com os governadores que tem financiamento para serem liberados para que nos ajudem a provar esta reforma. Até porque aqueles parlamentares ligados a esse os governadores, obviamente em função das ações que serão resultado desse financiamento, terão aspectos eleitorais positivos. Então que queremos que os governadores nos auxiliem na aprovação da reforma”, afirmou o ministro.