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Mais de 30 ônibus são incendiados no Rio de Janeiro após morte de miliciano

Ataques foram realizados em resposta à morte de um dos integrantes da maior milícia do Estado

Mais de 30 ônibus são incendiados no Rio de Janeiro após morte de miliciano
Foto: Twitter/@nasrafael/Reprodução

Na tarde desta segunda-feira (23), cerca de 35 ônibus foram incendiados na capital do Rio de Janeiro, com maior concentração na Zona Oeste. Diversas vias foram interditadas e contaram com a presença de bombeiros e da Polícia Militar no reforço de segurança. O Centro de Operações Rio (COR-Rio) informou que incidentes foram registrados em Guaratiba, Paciência, Cosmos, Santa Cruz, Inhoaíba, Campo Grande e Avenida Brasil.

Informações preliminares indicam que os incêndios foram realizados por milicianos em resposta à morte de um dos integrantes do grupo em confronto com a Polícia Civil. Matheus da Silva Rezende era sobrinho do miliciano Zinho e teria recebido tiros durante operação na comunidade Três Pontes, na Zona Oeste do Rio. Ele seria o segundo na hierarquia da milícia da região, considerada a maior do Rio de Janeiro.

Em coletiva de imprensa, o governador Cláudio Castro (PL) anunciou que prendeu 12 pessoas por colocarem fogo nos veículos. De acordo com o chefe do Executivo estadual, o grupo responderá por “atos terroristas” e será transferido para presídios federais. Além disso, o mandatário afirmou que não medirá esforços para deter Zinho e outros dois grandes criminosos.

“Quero dizer que esses três criminosos: Zinho, Abelha, Tandera… Não descansaremos enquanto não prendermos eles. Criminoso no Rio de Janeiro não tem vez”, declarou o governador, que se reuniu com Eduardo Paes, prefeito do Rio, e Flávio Dino, ministro da Justiça, antes da conversa com jornalistas.

Zinho é o miliciano mais procurado do Estado. Ele herdou os negócios de seu irmão, Wellington da Silva Braga, conhecido como Ecko, que morreu em 2021 em um cerco da Polícia Civil. Zinho, Ecko e a família Braga expandiram seus domínios nos últimos anos dentro da milícia fundada por Carlos Alexandre Braga, o Carlinhos 3 Pontes, que morreu em 2017 também em um confronto com a polícia.

As forças de segurança do Rio de Janeiro montaram uma espécie de força-tarefa em 2020, durante a pandemia, para tentar asfixiar os grupos paramilitares e reduzir o poderio dos milicianos. Desde então, mais de mil pessoas já foram presas.

Dia com mais ônibus incendiados na história

A cidade do Rio de Janeiro registrou um recorde no número de ônibus incendiados em um único dia. De acordo com a Rio Ônibus, sindicato que representa as empresas de transporte rodoviário do município, foram 35 veículos queimados, sendo 20 da operação municipal, cinco BRTs e outros dez de turismo e fretamento. Um trem da SuperVia também foi danificado. Todos os casos ocorreram na Zona Oeste da capital. Por causa da situação, a Mobi-Rio, estatal que opera o transporte coletivo, chegou a cancelar a circulação de ônibus na região, deixando o trânsito ainda mais caótico.

“A Mobi-Rio informa que mediante a interrupção das linhas que operam no corredor Transoeste, devido a questões de segurança, a opção para os passageiros que precisam ir para Santa Cruz e Campo Grande é utilizar as linhas dos corredores Transolímpica e Transcarioca, que fazem integração com o ramal da Supervia pelo Terminal Deodoro e Terminal Paulo da Portela, em Madureira”, informou.

*Com informações de Jovem Pan