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Maduro aumenta salário-mínimo na Venezuela e valor chega a 6 dólares

Nicolás Maduro durante seu pronunciamento à Assembleia Nacional Constituinte.(Foto: Divulgação)
Nicolás Maduro durante seu pronunciamento à Assembleia Nacional Constituinte.(Foto: Divulgação)


Quatro dias depois de assumir seu segundo mandato, Nicolás Maduro ordenou na segunda-feira (14), um reajuste de 300% no salário mínimo. O salário mínimo passou de 4.500 para 18.000 bolívares soberanos por mês. O valor equivale a seis dólares (22 reais) no mercado não oficial, e os economistas temem que ele perca seu valor em poucos dias.

Maduro também decretou um aumento da criptomoeda petro e um depósito compulsório de 60% para todos os depósitos em bancos nacionais, criando assim um limite de liquidez para “não continuar pressionando para cima o dólar criminoso”, numa referência ao câmbio paralelo.

A medida seria divulgada na quinta-feira (10), em sua polêmica posse perante o Tribunal Supremo de Justiça em Caracas, mas o mandatário decidiu aguardar mais alguns dias. Porém, suas receitas costumam avivar a hiperinflação e despertar descontentamento. Em 2018, Maduro decretou vários aumentos salariais e eliminou cinco zeros do bolívar. Nada aliviou a alquebrada economia. A Assembleia Nacional, de maioria opositora, calculou que a inflação acumulada tenha atingido 1.698.488% no ano passado. Nunca antes o país havia experimentado essas disfunções.

O Banco Central da Venezuela oculta a cifra desde dezembro de 2015, mas há dois meses revelou dados com exclusividade ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Maduro, no entanto, apresentou suas próprias estatísticas na entrega de seu balanço. Segundo o mandatário, a pobreza extrema diminuiu de 4,4% para 4,3% da população em 2018, e a Venezuela se tornou um país com mais igualdade socioeconômica durante seu Governo. Em um discurso de quatro horas, elogiou sua própria gestão e prometeu melhorar a economia. “Passamos na prova”, disse.

O líder socialista ordenou a 23 empresas básicas e estatais, incluída a petroleira PDVSA, que vendam 15% de sua produção na moeda virtual petro, criada pelo regime e desprezada no mercado internacional. “Quem não puder cumprir me avise e me entregue o cargo”, advertiu. Sua meta seria reduzir a pobreza ao mínimo e transformar o país em uma “potência” com o chamado “Plano da pátria 2019-2025”, um projeto que encarregou à Constituinte de discutir e transformar em lei.

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