Apesar do Dia Internacional do Orgulho LGBT ser comemorado nesta quarta-feira, dia 28, a comunidade homossexual não tem muitos motivos para comemorar. Segundo dados do Grupo Gay da Bahia, 1.903 gays, lésbicas, bissexuais e transexuais foram assassinados de 2011 até 2016 no país em decorrência de crimes de ódio motivados pela orientação sexual das vítimas.
Mas a luta não é somente pelo fim dos ataques e agressões, o estudante e ativista dos direitos LGBTs em Caxias do Sul, Júlio Cesar Casagrande explica que é necessário uma maior representatividade de homossexuais em posições importantes na política e na sociedade como um todo.
“Eu cresci assistindo os gays que a Globo representava, que visam somente fazer o público rir. Então eu acreditava que nunca eu poderia ser nada a mais do que um palhaço para fazer os outros rirem e que ninguém levava a sério porque eu não tinha a representatividade de nenhum gay importante. A representatividade além de lutar por direitos também serve para que os gays menores e desamparados tenham um exemplo a seguir”, explica.
Casagrande ainda revela que as projeções apontam que 10% da população mundial é composta por homossexuais, enquanto ao mesmo tempo existe apenas um deputado federal, Jean Wyllys (PSOL-RJ), assumidamente gay atuando no Congresso Nacional, por exemplo.
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No Dia Mundial do Orgulho LGBT o pedido de Casagrande que coordena um Grupo de Apoio a jovens homossexuais em situações de vulnerabilidade é “empatia”.
“Ao meu ponto de vista o que mais falta no ser humano é a forma mais pura de amor, a compaixão, a empatia, olhar o mundo com os olhos do outro, colocar-se no lugar do outro, se o mundo tivesse um pouco mais de empatia as coisas andariam muito mais rápido. Existem pessoas que morrem simplesmente por serem quem são, então se quem não sofre esse tipo de preconceito se colocasse no lugar do outro que morre por simplesmente ser quem é, os direitos seriam conquistados muito mais rapidamente”, finaliza.
Origem do Dia Mundial do Orgulho LGBT
Em 28 de junho de 1969, a revolta da comunidade LGBT contra uma série de invasões da polícia de Nova York aos bares que eram frequentados por homossexuais, serviu como estopim para a comemoração da data. Muitos gays foram presos, mas a partir deste acontecimento, foram organizados vários protestos em favor dos direitos dos homossexuais por várias cidades norte-americanas. O movimento seguiu ganhando força originando o Dia Mundial do Orgulho LGBT.
