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#LULACONDENADO

#LULACONDENADO

28 de outubro de 2002. Um dia após a vitória de Lula chego cedo para uma reunião na empresa. Meu diretor à época, o saudoso Nestor Perini, que sabia quanto eu havia me empenhado na campanha de José Serra me pergunta:

– Lula será o nosso presidente. E então, como te sentes?

Olhei para ele e respondi:

– Com toda sinceridade? Me sinto aliviado.

Sim, quando Lula ganhou em 2002 me senti aliviado. Não podíamos negar que a vitória de Lula era algo histórico. Pela primeira vez um legítimo representante do povo estava chegando ao poder. Embora eu não acreditasse que seu plano de governo fosse o mais adequado para o Brasil, era a chance que a camada mais humilde (e mais numerosa) da população estava tendo para, quem sabe, receber profundas transformações estruturais em nosso país.

Poucos fazem uma análise do governo avaliando fatores externos, avaliando condições comerciais internacionais, avaliando fatores além do resultado prático de uma gestão. Pois bem, Lula recebia o governo no melhor momento da economia interna e no melhor momento da economia mundial. Os próximos 6 anos seriam de extrema bonança para nossa economia. Estávamos em meio a uma onda de crescimento mundial. Nossas safras agrícolas batendo recordes atrás de recordes. Muito, mas muito dinheiro mesmo, entrando no Brasil.

Lula teve nas mãos a faca e o queijo. Lula teve a oportunidade de transformar o Brasil de maneira profunda, criando estrutura, plantando desenvolvimento. Poderia ter iniciado a reforma tributária tão necessária para desonerar a produção e tornar o país competitivo. Poderia ter criado programas de desenvolvimento social que fizessem com que o indivíduo crescesse e se desenvolvesse.

Lula não fez nada disso. Colhemos os frutos do grande momento que vivemos sem plantar quase nada, ou plantando em solo superficial. Não gerou infraestrutura produtiva, não incentivou a indústria, criou planos sociais que, ao invés de desenvolver o indivíduo, criava nele dependência. Mas a entrada de dinheiro de investimentos estrangeiros e o aquecimento global da economia, aliado ao nosso fortíssimo mercado interno geraram no Brasil e nos brasileiros a sensação de que estávamos no caminho certo.

Porque disse tudo isso? Porque para mim, a culpa de Lula vai muito, mas muito além da ocultação de patrimônio e do recebimento de propina.

Lula transformou o Brasil em um balcão de negócios em todas as áreas. Lula colocou a máquina pública a serviço de um plano de poder que ia muito além de manter sua ideologia falida no governo. Era a máquina pública trabalhando para encher os bolsos dos seus. Só os bolsos não: os bolsos, as calças, as cuecas, as malas. Malas, malas e mais malas. Propinas de milhões e milhões. Milhões e bilhões.

Lula é, na minha opinião, o pai do caos que vivemos hoje. É o verdadeiro culpado da crise na qual o país está submerso e levará anos e anos para sair. E o povo, que lá em 2002 recebeu a grande chance, segue hoje com perspectivas piores do que há 15 anos atrás.

Lula foi condenado hoje pelo tríplex. Creio que esse seja o menor de seus crimes.

Que o dia de hoje seja emblemático. Seja marco. Seja o dia para representar a guerra que o povo brasileiro trava contra a impunidade no país.

Se o Nestor ainda fosse vivo e me perguntasse hoje como eu me sinto, eu responderia:

– Me sinto aliviado.

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