Passava pouco das 19h deste sábado, dia 7 de abril, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou caminhando a sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo (SP) no meio das pessoas que faziam vigília no local para se entregar à Polícia Federal para cumprir pena por corrupção e lavagem de dinheiro. Depois, ele seguiu em comboio com os carros da Polícia Federal em direção ao aeroporto de Congonhas, de onde ele seguirá para Curitiba, onde se apresenta para cumprir a sentença de 12 anos e um mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro
Lula deixou o sindicato cerca de duas horas depois que um Corolla prata, uma viatura discreta da Polícia Federal (PF) tentou deixar o pátio do sindicato levando o ex-presidente , mas, três minutos depois, Lula deixou o veículo e voltou ao prédio do sindicato porque os militantes que já haviam percebido a movimentação em um dos portões laterais do sindicato, impediram que o carro deixasse o local.
Somente depois de duas horas, da ameaça de um novo decreto de prisão que poderia prejudicar o ex-presidente e do secretário de Segurança de São Paulo oferecer apoio da Polícia Militar, Lula deixou o sindicato para cumprir um dos capítulos mais difíceis de sua trajetória política e um dos mais graves da história nacional: a prisão de um ex-Presidente da República pela primeira vez.
O ex-presidente havia confirmado que iria se apresentar hoje em um discurso no final da manhã para simpatizantes e apoiadores em frente ao sindicato dos metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP), depois de dois dias no local, a desde o mandado de prisão contra ele decretado na quinta-feira, dia 5, pelo juiz Sérgio Moro.
Diante de uma vigília que se estende em frente à sede do sindicato desde o decreto de Moro, Lula disse que vai se entregar para “transferir responsabilidades”, negou os crimes pelos quais foi condenado em segunda instância e disse que vai “provar inocência”.
O ex-presidente falou pela primeira vez que irá se entregar para a Polícia Federal. Ele participou de um ato em homenagem à ex-primeira-dama Marisa Letícia, que completaria 68 anos de idade neste sábado.
Ele deve seguir para Curitiba em um avião da Força Aérea Brasileira. Tecnicamente, o ex-presidente já está preso, por estar sob custódia da Polícia Federal, cujos agentes foram buscá-lo na sede do sindicato.