O titular da 1ª DP de Cachoeirinha, delegado Anderson Spier, confirmou na manhã deste sábado que a prioridade agora é localizar os possíveis corpos do casal desaparecido Rubens Heger, 85 anos, e Marlene Heger, 53 anos. A suspeita de que as vítimas estão mortas foi reforçada com a divulgação feita pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP) de que sangue coletado na parede da sala da casa dos fundos de onde viviam pertence ao idoso.
Diante disso, a filha, de 51 anos, e o neto, de 28 anos, do idoso, foram presos nessa sexta-feira pelos policiais civis. Ambos tiveram a prisão preventiva decretada e foram detidos em Canoas. O delegado Anderson Spier revelou também que existem indícios de premeditação do crime, provavelmente cometido em um contexto de conflitos pessoais dentro da família. Já a defesa dos acusados, que negam a autoria do crime, afirmou que não existem provas técnicas contra os dois e que ambos são inocentes.
Conforme o titular da 1ª DP de Cachoeirinha, as buscas pelos corpos terão como ponto de partida as fotos de vários lugares ermos encontradas no telefone celular do neto. O aparelho telefônico já foi apreendido. “Identificamos um local só….Falta identificar ainda os outros..”, frisou.
Em março deste ano, os peritos criminais do IGP realizaram a coleta de 23 vestígios em duas casas, uma das vítimas e outra da filha, além da área externa do terreno onde vivia o casal. Uma camiseta infantil, que estava na área de serviço, anexa à casa dos fundos, também continha sangue e permanece em análise pericial genética.
Os materiais passaram por análise laboratorial na Divisão de Genética Forense do IGP. Testes foram feitos primeiro para determinar se o material coletado era sangue humano. Em uma segunda análise, foi possível apontar que o perfil genético pertencia ao dono do imóvel. O veículo da filha do casal também foi periciado, mas não foram encontrados vestígios de sangue humano.
Já a Divisão de Química Forense, também pertencente ao Departamento de Perícias Laboratoriais do IGP, realizou a pesquisa em restos de comida e em uma seringa encontrada na casa, sem encontrar substâncias tóxicas.
As vítimas não foram mais vistas desde o feriadão de Carnaval. Imagens de uma câmera de monitoramento mostram o Ford Fiesta, da filha de Rubens, manobrando na moradia deles no dia 27 de fevereiro, para buscá-los. Nos vidros do veículo foram aplicadas películas escuras dias antes, o que chamou também a atenção dos agentes da 1ª DP de Cachoeirinha.
Aos policiais civis, a filha contou que o pai e a madrasta desapareceram no dia 2 deste mês, na residência dela, no bairro Rio Branco, em Canoas. Eles não foram encontrados, após ela retornar de um posto de saúde depois de ter passado mal.
Na moradia do casal, no bairro Carlos Wilkens, em Cachoeirinha, as portas e janelas ficaram entreabertas. O veículo das vítimas permanecia na garagem. Havia sinais do interior da casa ter sido revirado. A cachorra de estimação foi localizada morta no pátio.
*Fonte Correio do Povo