Entenda a magnifica e árdua trajetória da bebida de Baco, desde os primórdios até os dias de hoje.
Embora existam várias regiões no mundo, que clamam por ser local de surgimento do vinho, caminhar através de datas é a maneira mais prática de compreender.
Muito bem, a civilização iniciou no Oriente Médio, portanto há uma crença que o vinho possa ter originado por ali. Uma das fortes candidatas para o primeiro consumo do vinho é a Pérsia (atual Irã) entre 5.000 e 6.000 a.C. E já a primeira vinificação é bastante incerta com relação de onde e quando ocorreu, mas evidências apontam para 3.000 a.C.
Antiga Grécia – por volta de 2.000 a.C. dentro da cultura grega, o vinho teve seu espaço participando fortemente da rotina dos gregos. E em 1.000 a.C foi o Império grego que espalhou videiras pela rota do Mediterrâneo em países como África, Espanha, Sudeste da França e sul da Itália. Os gregos consagraram um Deus, chamado Dionísio, e por isso criaram os “simpósios” que eram os encontros de pessoas que tinham conversas sobre vinhos.
Os Romanos, embora os gregos tenham se esforçado muito, foram os que ergueram a bandeira do vinho, eles foram os primeiros tanoeiros, melhoraram as práticas de vinificação, promoveram e expandiram o cultivo nos países já produtores em 250 a.C. Assim como os gregos, os romanos escolheram um deus, o Deus Baco, para celebrar a vida em devoção ao vinho.
Idade Média, no ano de 1492 os Mouros da África do Norte invadem parte da Espanha, e embora eles tivessem a cultura da fé islâmica que é totalmente contra o álcool, foram tolerantes ao povo local e permitiram que a viticultura continuasse na Espanha. Neste período todos os mosteiros se tornaram centro de estudos para a enologia e agricultura e ao mesmo tempo a Igreja vinha assumindo o gerenciamento de vinhedos e o controle do comércio.
No século XII até a Era Moderna, por volta de 1152 chegou um fato histórico pro mundo do vinho. O rei da Inglaterra Henrique II casou-se com Leonor de Aquitania (francesa da região de Bordeaux), ou seja, o rei conseguiu tomar posse de várias práticas francesas de vinificação e expandiu hectares pela região. A liberdade dos ingleses nas terras francesas durou quase três séculos, pois em 1429 sob comando de Joana D`arc os franceses finalmente expulsaram os britânicos de seu território.
No inicio do século XVIII iniciavam as melhorias na fabricação de vidro e reforço das garrafas, junto com o uso da rolha para a vedação. Assim como, neste período apareceu o espumante ou champagne, e logo toda a Europa foi tomada pela prática de apreciar um bom vinho, cheio de borbulhas.
A Era de Ouro do vinho, Louis Pasteur, o famoso microbiologista, determinou que o vinho era o resultado de ação de microrganismos, e isso foi estudado tão a sério que resultou em avanços na qualidade do produto final. E como todo período tem transtorno, a praga Filoxera atacou a França e em seguida devastou muitos vinhedos de toda a Europa. E através disso se criou o porta-enxerto, para aumentar a resistência da videira.
Na metade do século XX, a lei Seca foi o momento declarado na América, sendo ilegal a venda e o consumo de bebidas alcoólicas. Porém isso não funcionou de maneira tão efetiva e o povo continuou consumindo o álcool contrabandeado, e como o governo tinha perdido a receita $$$ sobre o álcool, em 1933 o Ato de Volstead (emenda que proibia consumo de álcool) foi revogado e este era o fim da Lei Seca na América.
Atualidade: desde 1970 o vinho vem ganhando força e sem medir fronteiras, a qualidade vem crescendo pelo mundo todo. A tecnologia e modernidade colaboram para a evolução do produto. Países outrora obscuros ganham espaço nas gôndolas, e dois marcos foram históricos. Em 2008, Estados Unidos ultrapassa a Itália quanto ao consumo de vinho, e pela primeira vez os vinhedos do mundo produziram mais do que a Europa.
Ou seja, milhares de fatores levam a este resultado que temos hoje: a expansão da cultura do vinho. E um fato é certo! A instabilidade do mercado vem através da complexidade que é de se produzir um vinho, comercializá-lo e mantê-lo no mercado. O ciclo é longo e custoso.
Portanto vamos aumentar o consumo mundial de vinhos, e nos beneficiar saudavelmente.
Cheers!!!