Andamos mesmo com os nervos e a língua à flor da pele. Nada passa. Tudo vira polêmica e de preferência com muitas críticas – pra usar uma designação mais suave. Em regra são palavrões e opiniões terminativas: tem que bater, tem que prender, manda matar e por aí afora.
Pois Brasília foi ontem o retrato em 3D daquilo que temos visto nos bastidores e até no plenário do Congresso. Literalmente pegou fogo. Não sei se cabe discutir de quem foi a culpa. Os movimentos sindicais juram que nada tem a ver com os mascarados incendiários. Dá pra acreditar? Eles acham que são infiltrados apenas para desgastar sua imagem e pra justificar as forças militares nas ruas. Dizem mais, que o movimento, de parte deles, era pacífico e que foi a polícia militar quem apelou para a violência primeiro.
Ora, que já foi criança um dia sabe que na briga entre irmãos nunca tem um só que começa. Há provocação mútua. Não tinha como evitar esta evolução para a beligerância. Talvez não desse mesmo pra saber que a polícia militar não fosse conseguir conter os atos de vandalismo.
Então, o Presidente seguiu conselho/pedido do presidente do Congresso Rodrigo Maia – não seu se concordam comigo, mas ele vive com uma cara de assustado.
Acontece que as repercussões foram muito ruins para Temer que hoje já está dispersando a tropa. E aí eu lembro de duas coisas. Na época do mensalão tentaram de tudo quanto é forma colar o escândalo em Lula. Não conseguiram. Neste momento vivemos uma situação oposta. Qualquer movimento de Michel Temer parece se voltar contra ele. Virou maldito. E nem tem quem o defenda.
Aqui reside uma diferença que as pessoas ainda tentam entender. Lula pode ser pego no pior ato e ainda terá defensores. Sim, os petistas e os sindicalistas o tem como líder de fato e assim o ônus e o bônus desta condição. Temer só é presidente porque foi vice de Dilma. O PMDB não tem força pra eleger um presidente no voto direto. É o rei dos acordos. Se Temer for deposto e vier eleição indireta, as chances do PMDB crescem exponencialmente. Quem viver verá.