Um dos foragidos mais procurados pelas forças de segurança na Serra gaúcha foi preso nesta quarta-feira (8). Apontado como líder de uma facção em Caxias do Sul, ele foi capturado durante uma ação conjunta entre Polícia Civil e Polícia Federal, no município catarinense de Itapema.
O fugitivo tem condenações que ultrapassam 34 anos de reclusão. Os antecedentes dele somam registros por roubo a estabelecimento bancário, receptação, tráfico internacional de drogas, associação para o tráfico e porte ilegal de arma de fogo de uso restrito. Além disso, ele responde a dois processos em que é acusado de envolvimento em um roubo a banco em Bento Gonçalves.
Em maio de 2022, o preso havia sido beneficiado com progressão de pena em regime aberto, com o uso de tornozeleira eletrônica. No mesmo ano, em setembro, ele rompeu o dispositivo e fugiu. Ele seria um dos líderes de uma facção criada no bairro Bom Jesus, na zona Leste de Porto Alegre, mas que também criou ramificações na Serra gaúcha.
De acordo com a Polícia Civil, o foragido seria um dos artífices da guerra entre duas facções em Caxias do Sul. O conflito deixou 17 mortos em janeiro, o mês mais violento dos últimos seis anos no município.
A recaptura do preso mobilizou agentes da Delegacia de Homicídios e da Delegacia de Polícia Federal em Caxias. Após os procedimentos legais, ele foi conduzido ao sistema penitenciário do Estado de Santa Catarina, onde permanecerá à disposição da Justiça.
O advogado Andrei Felipe Valandro explica que seu cliente decidiu fugir após o nascimento do filho. “Ele foragiu em decorrência de uma condenação pelo delito de tráfico. Foi determinado que ele voltasse para a prisão e, neste meio tempo, nasceu o filho dele. Por isso ele fugiu”, disse.
Ainda de acordo com o jurista, o capturado não tem envolvimento com a disputa entre facções em Caxias do Sul. Ele também nega que o preso exerça a liderança de uma organização criminosa.
“A Polícia diz que todo mundo é liderança mas, no Brasil, o que seria um ‘líder de facção’? Poderia ser dito que ele era integrante, mas não líder. Fato é que, no sistema penitenciário, os presos são obrigados a pertencer a um grupo”, destacou.
“Também não é verdade que ele estaria envolvido com as mortes em Caxias do Sul. Ele não tem nenhum envolvimento com isso. Os crimes dele tem a ver com roubos, ele nunca mandou matar ninguém e nem teve qualquer participação em homicídios”, enfatizou o advogado.
*Fonte: Correio do Povo