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Líder da extrema direita defende saída alemã da UE

Alice Weidel elogiou decisão do Reino Unido e definiu como um modelo a se seguir

Líder da extrema direita defende saída alemã da UE
Foto: Michele Tantussi / AFP / CP

Alice Weidel, uma das líderes do partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD, na sigla original), elogiou a saída do Reino Unido da União Europeia e afirmou que o país é um ‘modelo para a Alemanha’ em entrevista ao Financial Times, publicada nesta segunda-feira. Segundo ela, caso a AfD chegue ao poder, deve realizar um referendo semelhante ao Brexit sobre a permanência da Alemanha no bloco.

Weidel disse que um eventual governo do partido buscaria reformar a UE e eliminar seu ‘déficit democrático’ e limitar os poderes da Comissão Europeia. ‘Mas se uma reforma não for possível, se não conseguirmos reconstruir a soberania dos Estados membros da UE, deveríamos deixar o povo decidir, assim como o Reino Unido fez’, disse ela.

‘E poderíamos ter um referendo sobre o ‘Dexit’ – a saída da Alemanha da UE’, afirmou ela para o jornal. De acordo com o FT, pesquisas sugerem que a grande maioria dos alemães votaria pela permanência no bloco. O AfD foi fundado como um partido eurocético em 2013 e entrou pela primeira vez no Bundestag, o Parlamento alemão, em 2017.

Pesquisas nacionais agora o colocam em segundo lugar, com cerca de 23% das intenções de voto, muito acima dos 10,3% que obteve durante as últimas eleições federais, em 2021. O partido está no centro das atenções após uma reportagem do meio de comunicação Correctiv revelar, na semana passada, uma reunião entre extremistas de direita, ocorrida recentemente, para discutir a deportação de milhões de imigrantes, incluindo alguns com cidadania alemã.

Figuras do extremista Movimento Identitário e membros do partido do AfD participaram dessa reunião, segundo o Correctiv. O partido procurou se distanciar do evento, dizendo que não tinha ligações organizacionais ou financeiras com ele, que não era responsável pelo que foi discutido lá e que os membros que participaram fizeram isso por decisão pessoal. Protestos contra o AfD foram realizados em várias cidades alemãs entre sexta-feira e domingo, com políticos dizendo que o partido representa uma ameaça às instituições democráticas do país.

Na entrevista ao FT, Weidel condenou a reportagem do Correctiv – ela já havia rompido com um conselheiro que esteve no encontro. ‘Foi apenas uma tentativa de criminalizar a ideia de repatriar legalmente pessoas que não têm permissão para permanecer aqui, ou que estão sujeitas a uma ordem de deportação’, afirmou ela. ‘A AfD é o partido que defende a aplicação das leis deste país.’

Fonte: Correio do Povo