O senador da república Lasier Martins conversou com a reportagem do Grupo RSCOM nesta segunda-feira, dia 10, no final do evento de lançamento do novo programa Pequenas Empresas do governo do estado e Badesul, no Palácio Piratini. A entrevista também foi transmitida ao vivo pelo página no Facebook do Portal Leouve.
O senador iniciou falando sobre sua presença no evento na tarde desta segunda-feira:
LASIER: Eu vim aqui para comprovar que não há só crise no Brasil. Tem coisas boas, há iniciativas, tem eventos auspiciosos, e eu sempre fui muito fã do Sebrae, e ainda mais agora em parceria com o Badesul, com a minha amiga Susana KaKuta, e precisava também conversar um pouquinho com o governador, então deixei pra juntar tudo isso, e vir aqui. E é um programa de financiamento interessante, 50 milhões, os juros bons, e um prazo de 60 meses; então achei muito interessante porque estamos vivendo uma época em que a palavra de ordem é a palavra inovação. E nada melhor que essas pequenas microempresas, e aonde partem os pequenos empreendimentos se tornam médio e acabam se tornando grandes empresas. Então, é justificado que estivéssimos aqui hoje neste clima tão cordial, tão alegre, e que se trata realmente de um evento muito significativo, e muito promissor.
Ele fala sobre o clima para a votação do projeto de reforma trabalhista, que acontece nesta terça no plenário do Senado:
LASIER: Olha, tá meio encardida a coisa, eu tô viajando para Brasília, eu espero que o [Romero] Jucá, que é o líder do governo no congresso, que ele nos apresente as mudanças que prometeram, com relação a alguns itens complicados, eu acho que o tal de trabalho intermitente é ruim para o trabalhador, por isso apresentei um voto em separado na semana passada, e espero que estejam modificando para melhor. Depois tem a questão do trabalho da mulher do serviço insalubre, tem a questão do imposto sindical, tem a questão das 12 por 36 horas, enfim. E prometeram que irão melhorar o projeto, mas que em primeiro se vota assim, o presidente veta e logo em seguida num curto espaço apresenta medidas provisórias. Eu quero ter certeza de que virão dessas medidas provisórias.
Lasier também relata sobre como andam as negociações com os sindicatos para o projeto:
LASIER: Eu quero ver de perto, por isso fiquei distanciado desde quinta-feira de Brasília, eu quero chegar amanhã de manhã cedo (hoje) e ver de perto a garantia, de que essas medidas provisórias serão expedidas quando o mais breve possível.
O jornalista Fabiano Brasil, do Grupo RSCOM, pergunta a Lasier:
— Senador, o ambiente aqui ele é bastante diferente, você falava de um ambiente cordial, tranquilo. Lá em Brasília, realmente o momento é tenso em função de tudo que acontece não só, quanto as investigações, quanto ao presidente Michel Temer e também as próprias votações. O ambiente está tenso?
LASIER – Na verdade, a tensão é geral porque, tem muita gente investigada na Lava Jato, e tem muita gente procurando desativar, desmoldar a Lava Jato. E contra isso temos que nos insurgir, a melhor coisa que surgiu no Brasil nos últimos anos é esta operação da polícia e do Ministério Público. Já o Supremo tá andando muito devagar. Então, tem muita gente repartindo interesses, alguns querem acabar com isso, outros querem incentivar, o legislativo está bastante desacreditado, o executivo com essa crise toda contra o Temer; e o próprio judiciário está perdendo credibilidade. De modo que o momento que estamos vivendo não é bom do ponto de vista institucional, mas devemos todos cada um por si com o trabalho e o seu esforço, se melhoramos esse panorama.
FABIANO – O presidente sempre fala fora do país que não há crise. O que o Senado enxerga dessa declaração do presidente?
LASIER – É, puxando a sardinha para o assado dele, porque, nós temos crise política, temos crise ética, temos crise econômica, temos crise institucional, e de certo modo uma vergonha para nós brasileiros, do conceito que estamos tendo lá fora.
FABIANO – E o Senado fica claro muito ligado em tudo, para que possa agir no momento certo, justamente para que as coisas ou cessem, se é que é possível cessar ou diminuam essas questões todas que envolvem hoje, dá pra dizer um escândalo da política nacional.
LASIER – Exatamente, essa deterioração, deformação é muito grave, muito profunda. Eu confesso sinceramente que tenho esperança, que mude muita coisa, mas alguma coisa tem que mudar, principalmente até o fim do ano para que possamos entrar o novo ano, mais preparados, com mais tempo pra olhar quem é candidato, para que em outubro possamos fazer uma renovação na política nacional. Outro ponto de toda essa crise, que como nunca, a população brasileira despertou para essa realidade. E acho que vão pensar muito mais, para fazer uma boa escolha em outubro do ano que vem.
FABIANO – É claro senador que todo o povo brasileiro faz a mesma pergunta e claro que passem para o senhor também. Você acha que o presidente Michel Temer completa o mandato, ou pode ser que saia até o final de 2018?
LASIER – A não ser que, seja anunciado aí uma explosão de uma delação premiada do Eduardo Cunha, que todos estão dizendo que deve sair nas próximas semanas, no meu ver, ele vai até o fim do mandato. Agora, se surgir um agravamento de acusações, de envolvimentos através do Eduardo Cunha, que já estaria com vários rascunhos prontos, vários anexos, e que eu acho que existe porque, aonde há boato, aonde há fumaça, há fogo, alguma coisa existe. Então vai depender, desta novidade explosiva, se é que vai surgir, a permanência ou não do Temer.
*Transcrição: Mateus Fraga/Grupo RSCOM