Quando Thiago Carpini chegou ao Juventude, em 15 de maio, a tensão tomava conta do Estádio Alfredo Jaconi. Eram quatro cinco derrotas e apenas uma vitória, amargando a 19ª colocação na Série B. No entanto, passados apenas dez dias de trabalho do novo comandante, tanto a postura dos atletas em campo como o astral mudaram no alviverde.
Na quarta-feira (24), o Ju teve uma grande atuação em casa e derrotou o Atlético-GO por 3 a 0. A vitória foi comemorada por diversos pontos, dentre eles pelo adversário estar brigando por uma posição no G4, e estava invicto até então. Após a partida, Carpini voltou a comemorar a mudança de mentalidade dos jogadores dentro de campo. Falou que não vai dar atenção para os erros, pois sabe o que é passado nos treinamentos.
“Eu nunca vou cobrar do atleta o que a gente não pratica, o que a gente não treina. A única cobrança que eu faço é essa: que a gente leve para o jogo o nosso dia a dia, a coragem, a competitividade. O erro e o acerto fazem parte do processo”.
O treinador também é responsável pela recuperação de alguns jogadores que não vinham atuando bem com os antecessores, tanto Celso Roth como Pintado. O lateral-esquerdo Alan Ruschel, assim como na partida contra a Chapecoense, teve boa atuação. O volante Jadson, que marcou o primeiro gol da noite, também voltou a ter partida segura. Outro que voltou a ter um momento positivo é o volante Mandaca, coroado com gol no segundo tempo. E o técnico também aproveitou para elogiar Nenê.
“O Nenê não precisa falar da capacidade técnica dele, do que ele representa para nós. (…) Então essa aceitação do grupo e do Nenê, principalmente nos comportamentos sem bola, você vê hoje como ele corre sem bola para frente para marcar, como procura ajudar, ele tá comprometido, então isso para nós é muito importante ter um cara desse peso”.
Thiago Carpini também foi questionado sobre as conversas que teve com o grupo e como conseguiu passar confiança para estes jogadores que estavam em baixa. Segundo ele, trata-se de um olhar para o “ser atleta” e entender a história de cada um deles para extrair o melhor.
“A capacidade de cada um deles, a qualidade técnica e, principalmente, a aceitação das ideias. Uma coisa é você passar as ideias, outra coisa é elas serem executadas. Então, a maneira como eles aceitaram, que eles assimilaram, que a gente praticou e está conseguindo levar com coragem pro nosso jogo para mim é o fator principal”.
Outro ponto importante do início de trabalho do treinador é o equilíbrio defensivo. Em Chapecó, a zaga foi formada por Zé Marcos e Danilo Boza, contra o Dragão, nesta quarta, o camisa 4, que também marcou no jogo, teve Romércio como companheiro. Mesmo assim, o Ju chegou a dois jogos seguidos sem sofrer gols, o que não acontecia desde a quarta rodada do Gauchão.
Agora, o Juventude volta a campo no sábado contra o CRB, fora de casa, às 17h. Um vitória, atrelada uma combinação de resultados, pode deixar o Alviverde a apenas três pontos do G4.