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Janot denuncia senadores do PMDB por organização criminosa

Janot denuncia senadores do PMDB por organização criminosa
Procurador-geral denunciou senadores do PMDB (Foto: arquivo)

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou, nesta sexta-feira, dia 8, uma denúncia pelo crime de organização criminosa contra os senadores Renan Calheiros (AL), Edison Lobão (MA), Romero Jucá (RR), Valdir Raupp (RO) e Jader Barbalho (PA), além do ex-senador José Sarney, ao Supremo Tribunal Federal (STF) .

A íntegra da denúncia ainda não foi divulgada, mas está relacionada com a delação premiada do ex-diretor da Transpetro, Sérgio Machado, empresa subsidiária da Petrobras.

Os parlamentares são acusados de ter recebido R$ 864 milhões em propina originada por desvios na Petrobras, que teriam gerado um prejuízo de R$ 5,5 milhões para a estatal e de R$ 113 milhões para a Transpetro.

As ações ilícitas voltaram-se inicialmente para a arrecadação de recursos da Petrobras por meio de contratos firmados no âmbito da Diretoria de Abastecimento e da Diretoria Internacional, assim como da Transpetro. O aprofundamento das apurações levou à constatação de que, no mínimo entre os anos de 2004 e 2012, as diretorias da sociedade de economia mista estavam divididas entre os partidos políticos responsáveis pela indicação e manutenção dos respectivos diretores ”, diz a nota do MPF.

Todos os denunciados rejeitaram as acusações. Em nota divulgada à imprensa, a defesa do senador Romero Jucá disse que espera celeridade no julgamento pelo Supremo e que “acredita na seriedade do STF ao analisar as denúncias apresentadas pelo PGR”.

O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, representante de Edson Lobão, disse que recebeu com “certa perplexidade” a denúncia. Para ele, Janot está “contra os partidos políticos”. Castro, que também defende Sarney, também declarou que o ex-senador não participou de indicações para a Petrobras.

Em nota, Renan Calheiros afirmou que a denúncia do procurador é uma tentativa de vinculá-lo com desvios na estatal para “criar uma cortina de fumaça”. Para ele, Janot tentando desviar o assunto para “encobrir seus malfeitos”. “Essa é mais uma tentativa de vincular-me aos desvios criminosos da Petrobras, me denunciando várias vezes pela mesma acusação”, afirmou Calheiros, que garante que nunca manteve qualquer relação com os operadores citados. “O procurador já sabe disso”, encerra a nota.