Dos prédios mais antigos e que carregam a história de Caxias do Sul, a antiga casa da Metalúrgica Abramo Eberle S/A (Maesa) está há anos em um impasse sobre a sua ocupação. No início do mês de fevereiro, o Conselho Gestor das PPPs optou pelo modelo de “Concessão Patrocinada”, em tanto o parceiro privado como a administração pública assumem os riscos do projeto. O investimento deve superar a casa dos R$100 milhões.
A forma de gestão escolhida não era a pretendida pela prefeitura de Caxias do Sul. O ideal, segundo o Executivo, seria que apenas o investidor assumisse os compromissos financeiros, e que ele pudesse tirar estes valores por meio de ações, como ingressos e desempenho dos espaços ocupados.
O escritório de parcerias estratégicas, à frente da demanda, recebeu apenas na metade de dezembro de 2022 os resultados dos estudos do Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI). Posteriormente, por meio de uma análise do que foi apresentado, percebeu-se que o modelo de gestão sem aporte da administração municipal seria inviável.
“Nenhum parceiro privado aceitaria vir nessas condições, e não apenas uma condição de arrecadação, mas sim frente a um investimento necessário e os riscos que esse projeto tem”, explanou o secretário Maurício Batista da Silva. Conforme ele, não há nenhum projeto como a Maesa no Brasil.
Mesmo assim, a escolha do modelo de gestão não agradou a comunidade. Nesta quarta-feira (22), haverá uma reunião na sede da União das Associações de Bairros (UAB) para apresentação detalhada do modelo, que também contará com a presença da Associação de Amigos da Maesa (AMaesa). Na próxima semana, no dia 28, os estudos serão apresentados.
Ocupação da Maesa
Conforme a administração municipal, a Maesa é um potencial econômico, cultural, de entretenimento e gastronômico, que será um diferencial para a cidade na busca por turistas que já viajam à Serra Gaúcha. Dessa forma, exigindo atenção para concretizar a sua ocupação dos seus cerca de 53 mil metros quadrados.
“Temos que ter um cuidado para não confundir agilidade com pressa. Esse projeto é o mais complexo dentro da nossa carteira em Caxias do Sul. No Rio Grande do Sul, junto com o Cais Mauá ele vem se arrastando por algum tempo”, afirmou Batista. “Nós não podemos errar. Se nós simplesmente sairmos ocupando de forma desordenada a Maesa, o custo para corrigir esse processo futuro pode ser muito grande”, concluiu.
Segundo ele, o investimento de toda a operação deve ser superior aos R$100 milhões. A fase de implementação com centros culturais, empresariais e até mesmo sede para secretarias municipais será feito em quatro etapas de três anos. Sendo que os primeiros seis anos representam cerca de 70% do investimento, e o restante com valores diluídos. prefeitura de Caxias.