Um impacto de 848 milhões de reais na economia do município e com uma repercussão de menos 21 milhões de reais em geração de impostos. Esta é a estimativa das perdas que o comércio informal traz anualmente a Bento Gonçalves segundo estudo fito pela Fecomércio, com base em dados nacionais. No Rio Grande do Sul a estimativa é de prejuízos da ordem de R$ 50 bilhões.
Os números vieram à tona na noite de quarta-feira,26, durante o lançamento da Frente Parlamentar de Combate à lnformalidade, um trabalho que vem sendo implementado em mais diversos municípios gaúchos, mas que pela primeira vez é lançado no ambiente de uma Câmara de Vereadores. Quem coordena o grupo de trabalhos no Legislativo é o vereador Rafael Pasqualotto. Foi ele quem presidiu a audiência Pública de instalação da Frente e garantiu que o propósito não é ficar apenas na conversa. “Sabemos que a população protege o ambulante ilegal, porque entende ser ele um pai de família. Mas há muito mais por trás da atividade, é uma concorrência desleal”. Pasqualotto destacou ainda a importância da participação do Secretário de Desenvolvimento Econômico, Sílvio Pasin, para que conjuntamente se discutam as ações a tomar que podem ser de incrementar a fiscalização à elaboração de leis mais rígidas.
O vice-presidente financeiro da Fecomércio André Luiz Roncatto destaca que as atividades do comércio informal têm por trás o comando de facções criminosas. Ele salienta que o chega próximo a 60% a venda de produtos óticos fora do ambiente do comércio legal. Assim como os óculos, remédios para emagrecimento ou disfunção erétil também são largamente vendidos sem que o consumidor saiba exatamente o que está consumindo. “O consumidor pensa estar fazendo um grande negócio, mas está prejudicando a sua saúde. E quando compra um maço de cigarro contrabandeado, está colocando uma bala na arma que será utilizada contra ele mesmo”, raciocina Roncatto.
O presidente do Sindilojas, Daniel Amádio acumula a função de vice-presidente da Comissão de Combate à Informalidade da Fecomércio e já ajudou a levar o tema para 30 municípios no estado. Ele destaca exatamente o fato desta ser a primeira vez que o tema é encampado por uma Câmara de Vereadores. “Este deverá ser um case para servir de exemplo. Não temos notícia de que em qualquer outra Câmara no Brasil tenha acontecido desta forma. Normalmente quem primeiro abraça a ideia são entidades que representam o comércio ou a indústria”.
Amadio diz que a primeira missão será a de fazer um diagnóstico da questão no município, para depois traçar planos de combate. “Em cada região do estado a situação muda um pouco. Na fronteira a preocupação maior é em relação ao abigeato, no vale do Taquari são as feiras itinerantes. Aqui, pelo que se observa, deve ser o trabalho dos vendedores de rua e dos índios”, analisa.