Ainda que tenha registrado alta de 5,8% no primeiro semestre de 2023, a economia de Caxias do Sul retraiu 2,8% em julho, conforme os números divulgados pela Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC) e Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) nesta terça-feira (12). A baixa é puxada pela indústria, que anotou -6%, a partir de recuos consideráveis das vendas e compras industriais, e da capacidade instalada.
No acumulado do ano, o segmento industrial tem -3,3%, enquanto que, no acumulado de 12 meses, o resultado é de -1,9%.”A indústria vem perdendo aquele viés de alta que ela acumulou, principalmente em 2021. Agora, mesmo negativo, vemos uma curva levemente inclinada para cima. […] Embora o crescimento seja negativo, no acumulado de 12 meses ela vem estacionando em um número relativamente bom dentro do setor industrial”, observa o diretor de Economia, Finanças e Estatística da CIC Caxias Tarciano Melo Cardoso.
Neste mês de julho houve o crescimento do comércio, em 2,1%, e dos serviços, em 0,2%. Ao se comparar com o mesmo período de 2022, é possível verificar que o indicador geral da economia evoluiu 4,8% e, no acumulado de 12 meses, chegou a 5,7%. Em ambos os períodos comparativos, o desempenho é alavancado pelos serviços, seguido pelo comércio e, então, pela indústria.
Segundo os especialistas, o comércio enfrenta um momento de cautela, especialmente pela ausência de um combustível essencial para as vendas da época: o frio. O assessor de Economia e Estatística da CDL Caxias, Mosár Leandro Ness, atenta também para um incremento no nível de endividamento, fator que afasta o consumidor das compras. No acumulado no ano, o comércio apresenta aumento de 4,4%, ao passo que chega a 8,2% no acumulado de 12 meses.
“Foi salutar o resultado deste mês, mas não deixa de nos preocupar o futuro que está ali à frente. Por que nós tínhamos dois dígitos, nós estávamos com uma expansão de 13% e viemos caindo, e hoje estamos com 8% [no acumulado de 12 meses]. Isso nos deixa receosos. […] Esperamos chegar em torno de 6% até o final do ano, por que acompanharíamos o comércio brasileiro”, explica Mosár.
Mercado de trabalho
No mês de julho, Caxias do Sul contabilizou um estoque de 161.084 empregos, registrando 6.863 admissões e 7.113 desligamentos, resultando no fechamento de 250 empregos formais. A indústria foi o setor que mais fechou postos de trabalho, com 407 desligamentos, seguida pelo setor de agropecuária, com 33 postos de trabalho encerrados.
O gráfico que relaciona o ritmo da atividade econômica e a geração de novos postos de trabalho formal, no acumulado de 12 meses, também sofreu mudanças. A economia (5,7%) sobressaiu, em junho e julho, o mercado de trabalho (1,7%). Em abril e maio, os dois índices estavam parelhos, em torno de 3%, e de janeiro a março, os postos de trabalho estavam acima.
Comércio exterior
O desempenho das exportações aumentou, enquanto o desempenho das importações diminuiu em relação ao mês de junho. Com isso, o resultado do saldo na balança comercial foi maior do que no mês anterior, registrando alta de 117,3% em relação a junho e 12% sobre o mesmo período do ano anterior. No acumulado de 12 meses, houve um resultado positivo de 65,7% no saldo da balança comercial caxiense.
Os Estados Unidos aparecem na primeira posição entre os principais destinos das exportações caxienses. Em seguida vêm Chile, Argentina, Uruguai e México. Já a China continua o principal país de origem das importações locais. Logo após aparecem Itália, Alemanha, Estados Unidos e Japão.