Bento Gonçalves

Inadimplência 2% em 2017 mas registros caem quase 6%

Inadimplência 2% em 2017 mas registros caem quase 6%


Marcos Carbone Foto: Barbara Salvatti/Exata

Se, por um lado a crise econômica travou o mercado e afetou o montante de negócios realizados no ano passado, trouxe ao menos uma notícia positiva: ela pode ter sido responsável por um aumento no zelo na hora de o bento-gonçalvense contrair novas dívidas. Os números da inadimplência em 2017, divulgados pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Bento Gonçalves (CDL-BG), na comparação com 2016 revelam pouca variação. O montante acumulado por dívidas dos consumidores com o comércio ficou em R$ 11.269.781,99, ou seja, apenas 2,2% a mais do que o computado no ano passado, quando as cifras atingiram R$ 11.032.438,00.

Mesmo com o aumento do valor, o dado relevante é que houve queda em outros indicadores. Em 2017 foi constatada redução de 5,6% nos registros no SPC (destaque para a diminuição de registros envolvendo inadimplência em pagamentos por meio de cheque: queda de 20,6%). “Isso demonstra que temos menos consumidores devendo na praça, o que é muito bom. Por outro lado, os valores registrados cresceram. Ou seja: o devedor está inadimplente por deixar de pagar contas mais altas”, explica o presidente da CDL-BG, Marcos Carbone.

O relatório compartilhado pela entidade também mostra redução significativa na contração de novas dívidas, na ordem de 23,3%, em registro feito em até um mês. Se em 2016 o índice era de 8,79%, em 2017 ele caiu para 6,74%.

Perfil do devedor

No ano passado, as mulheres lideraram as estatísticas de inadimplência – até por, tradicionalmente, serem as principais abastecedoras dos lares. Mas foram os homens que cresceram nesse quesito. A presença masculina aumentou 2,85 pontos percentuais de 2016 para 2017, indo de 34,91% para 37,76%, enquanto a das mulheres retrocedeu esse mesmo índice, caindo de 65,09% para 62,24%.

Quase 74% de quem está devendo ao comércio tem idade entre 30 e 64 anos. Entretanto, os idosos a partir de 65 anos formam a faixa etária que teve maior crescimento como público devedor, representando um acréscimo de quase 12% no ano passado em relação a 2016 – passou de 11,78% para 13,17%.

Os valores da dívida, em 34,50% dos casos, giram entre R$ 100 e R$ 250. Outra novidade é que desde setembro do ano passado os devedores de impostos municipais como o IISQN ou IPTU estã gradativamente sendo lançados no cadastro do SPC pela Prefeitura. “Como os valores devidos normalmente passam dos R$ 1.000,00, isto faz com que o ticket médio da dívida fique mais eevado.

Consulta previne inadimplência

A redução dos registros de inadimplência no SPC pode ser consequência, também, da mudança de comportamento dos lojistas na hora de analisar e conceder crédito. “Temos trabalhado para conscientizar o comércio sobre a importância de vender bem: isso significa efetivamente receber pela mercadoria negociada. Um dos motivos que pode explicar a redução do indicador de inadimplentes é que as lojas estão mais criteriosas para liberar crédito, consultando previamente os dados do cliente no banco de dados do SPC. Essa é, sem dúvida, a forma mais eficiente de diminuir os casos de inadimplência”, explica Carbone.