No último dia 15 de março uma notícia deixou a família de seu Adão Henrique da Silva em choque. O idoso, de 94 anos, faleceu no último dia 13 de março no Lar da Velhice São Francisco de Assis, em Caxias do Sul, porém, o filho e demais familiares alegam não ter recebido a informação de seu falecimento.
O neto do idoso, que conforme relatos ajudava a cuidar dos assuntos relacionados, tinha informações de que o avô estava internado no Hospital Geral. O filho de Adão, Ademir, ligou para o hospital sendo informado de que o idoso estava em observação, com infecção urinária. Posteriormente, em contato com o Lar da Velhice, o homem foi orientado a manter a tranquilidade, pois o idoso estaria bem. Como Ademir trabalha com eventos, sempre viaja e estava com um evento marcado fora da cidade, e anunciou que iria cancelar para cuidar do pai. Ele foi orientado a seguir a viagem tranquilo, pois as equipes iriam cuidar do idoso para que ele não se preocupasse.
Quem leu o anúncio do falecimento de Adão da Silva em uma das funerárias da cidade foi o ex-cunhado de Ademir, dois dias depois que o idoso foi sepultado. Em contato realizado com a casa de repouso, Ademir foi informado de que seu pai havia falecido e para mais informações era para entrar em contato a assistente social, mas ele não obteve sucesso.
Filho relatou ser impedido de ver o pai desde 2019
Conforme relata Ademir da Silva, o idoso foi para o Lar da Velhice devido ao seu trabalho no ano de 2018, por estar sempre viajando, momento que ele ficaria sozinho por longos períodos. Ele relatou que sempre buscava o pai para passar finais de semana, fazer passeios e ir ao médico. Porém, com a pandemia de covid-19, Adão passou a ficar somente no Lar, sendo impedida a visita do filho e demais familiares. O último contato presencial que pai e filho tiveram foi no ano de 2020, dias antes da pandemia.
“A última vez que ele veio em casa, quando levei ele passear, ele não queria voltar mais para a casa. Ele queria ficar aqui. Aí falei que não dava se não eles iriam vir atrás dele. Levei ele para lá, mas ele chorou bastante. E depois dessa época eu não vi mais ele. Uma vez consegui ligar e conversar com ele, depois quando ligava não conseguia mais contato. Fiquei muito triste, imagina só, se ele não tivesse ninguém por ele, mas eu sempre tava junto dele, quando ele estava aqui em casa sempre levava no médico, levava consultar e efetuar as vacinas, cirurgias”, relata o filho.
Adão da Silva foi para o lar devido ao filho ser sozinho e estar sempre viajando a trabalho. Porém, aos finais de semana, antes da pandemia, ele era levado para ficar junto da família em casa. Antes de sua estadia na instituição, ele ficava sozinho em casa quando não tinha problemas de saúde, porém, conforme os anos foram passando, ele acabou ficando mais debilitado, precisando de acompanhamento mais direto. Assim, Adão foi encaminhado ao Lar da Velhice para ser cuidado pelos profissionais.
Posicionamento do Lar
A reportagem do Portal Leouve buscou contato com os responsáveis pelo Lar da Velhice, coordenado por Valdir Costella. Conforme o relato, o filho foi procurado mais de duas vezes durante a pandemia pela assistência social, quando foram abertas as visitações para a família para poder encaixar nos horários, porém, sempre havia compromissos ou até mesmo não atendia ao telefone. No caso do falecimento do idoso, foram diversas tentativas de contato com Ademir, porém, sem sucesso. Devido à demora na resposta do familiar, o idoso precisou ser sepultado. Seu Adão Henrique da Silva foi visitado pelo filho pelo menos duas vezes desde sua estadia no Lar.