O Ministério de Minas e Energia pediu ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) que reexamine a necessidade de um eventual retorno do horário de verão no Brasil.
Essa é a segunda vez que a pasta solicita estudos para avaliar a eventual volta do horário de verão, extinto pelo próprio governo federal em 2019. No ano passado, diante da crise energética, o governo já havia pedido para que o Operador reavaliasse o eventual retorno da mudança de horário, mas, na época, o ONS não identificou benefícios relevantes.
Neste ano, o assunto voltou à tona. Segundo o ONS, o pedido do governo aconteceu em uma reunião técnica, em 19 de agosto, para falar sobre as condições de atendimento da demanda de energia em 2022.
“Na ocasião, o ONS não apresentou nenhuma avaliação ou estudo sobre o horário de verão, todavia o ministério solicitou uma reavaliação sobre o tema, tendo em vista o deslocamento da demanda máxima – que, atualmente, ocorre no meio da tarde – decorrente da crescente participação da geração solar distribuída [geração de energia elétrica no próprio local de consumo usando como fonte de energia o sol]”, disse o operador em nota. “Observa-se que não há expectativa de adoção do horário de verão em 2022”, completou o ONS.
A demanda máxima é como é chamado o horário de pico, quando aumenta substancialmente o consumo de energia no País. O deslocamento abordado na nota consiste no fato de que, antigamente, o horário de pico era à noite, mas nos últimos anos passou para o turno da tarde, com o crescente uso dos aparelhos de ar-condicionado, entre outros motivos.
Já o Ministério de Minas e Energia apenas disse, por meio de nota, que é “realizada constantemente a avaliação técnica das melhores medidas disponíveis, de acordo com o contexto energético vigente, a fim de manter a segurança energética e a modicidade tarifária ao consumidor brasileiro”.
Apoio popular
O horário de verão foi extinto pelo presidente Jair Bolsonaro em abril de 2019. O estudo usado como argumento pelo governo apontava que mudanças nos hábitos do consumidor e o avanço da tecnologia reduziram a relevância da economia de energia com a medida ao longo dos anos, principalmente pela popularização dos aparelhos de ar-condicionado.
Recentemente, o presidente disse, em entrevista, que a falta de apoio popular seria um dos motivos que pesam contra a retomada da medida, já que, até o momento, ele vê que a maioria da população continua contrária à implementação do horário de verão.
Desde o ano passado, integrantes do segmento empresarial de turismo, alimentação e bebida têm solicitado a integrantes do governo o retorno do horário de verão.
*Fonte O Sul