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Homem preso por tentar explodir caminhão em Brasília queria 'causar o caos', diz polícia

O suspeito é um empresário do Pará que se deslocou à capital federal apenas para participar de atos contra o processo eleitoral

Homem preso por tentar explodir caminhão em Brasília queria 'causar o caos', diz polícia
Foto: PC/DF

O homem preso por tentar explodir um caminhão de combustível perto do Aeroporto Internacional de Brasília, neste sábado (24), queria “causar o caos”, de acordo com o delegado-geral da Polícia Civil do Distrito Federal, Robson Cândido. O policial disse que o suspeito é um empresário do Pará que se deslocou à capital federal apenas para participar de atos contra o processo eleitoral de 2022. Com ele, os agentes encontraram um arsenal de armas e munições.

— Ele confessou que realmente tinha intenção de fazer um crime lá no aeroporto, que seria destruir um poste, uma coisa nesse sentido, para causar o caos, né. O objetivo dele era chamar a atenção justamente para o movimento que eles estão empenhados — explicou o delegado, em conversa com jornalistas na noite de sábado.

O empresário preso tem registro de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC), mas o documento estava em situação irregular.

— Ele é CAC, porém está todo fora da norma. Será autuado por porte e posse ilegais de armas de fogo, munições e artefatos explosivos e crime contra o estado democrático de direito — afirmou Cândido.

O suspeito foi detido após ser localizado em um apartamento no bairro Sudoeste, em Brasília. De acordo com a polícia, o imóvel é alugado e tem outras pessoas envolvidas no crime.

Com o empresário havia duas espingardas, um fuzil, dois revólveres, três pistolas, centenas de munições e uniformes camuflados. No imóvel os agentes encontraram cinco emulsões explosivas. O suspeito confessou os crimes.

— Ele é morador do Pará e veio para participar das manifestações no QG [do Exército]. Ele faz parte desse movimento de apoio ao atual presidente. Eles estão imbuídos nessa missão, segundo eles, mas saiu de controle. E as autoridades policiais, em Brasília, vamos tomar as providências e prender qualquer um que atente contra o estado democrático de direito, principalmente com ameaças, e agora com bombas. Isso é algo que nunca existiu em Brasília e não vamos permitir — disse o delegado.

De acordo com o delegado, a perícia mostrou que os bolsonaristas tentaram acionar o equipamento. Por “ineficiência técnica” eles não conseguiram, mas “a intenção era de explodir e causar tumulto em Brasília, baseados nessa ideologia que carregam com eles”.

O suspeito afirmou que os armamentos vieram de carro e os explosivos foram enviados posteriormente. O empresário admitiu que os artefatos explosivos eram oriundos de pedreiras e garimpos do Pará.

Artefato explosivo

Na manhã deste sábado, a Polícia Militar do Distrito Federal interceptou um artefato explosivo em uma das vias de acesso ao Aeroporto Internacional de Brasília. De acordo com informações da PM, houve inicialmente duas pequenas explosões. O material, segundo a corporação, seria uma banana de dinamite com temporizador, mas ainda é necessária a realização de perícia para comprovação.

— Foi uma caixa colocada num caminhão de combustíveis que estava indo para o aeroporto. O motorista viu a caixa, achou estranho e acionou a PM. A PM foi ao local, isolou. A princípio parece ser uma banana de dinamite com temporizador— afirmou ao GLOBO o porta-voz da PM do DF, capitão Michello Bueno.

O esquadrão antibombas da PM recolheu o material, que será encaminhado para a perícia. Durante a tarde, o material explosivo foi detonado pela PM.

Justiça mantém prisão de suspeito de montar explosivos em Brasília

A Justiça do Distrito Federal converteu em preventiva a prisão em flagrante de George Washington de Oliveira Souza, suspeito de montar explosivos que foram encontrados perto do Aeroporto de Brasília. A decisão é da manhã deste domingo.

Georges é investigado pela 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul). O processo contra ele corre em segredo de justiça. No momento da audiência de custódia, o juiz considerou que ele deveria continuar algemado, ou não seria possível “garantir, caso fossem retiradas as algemas, a segurança da escolta, no momento em que o autuado viesse a sair da sala de videoconferência”

Em depoimento à Polícia Civil do DF, Georges afirmou que mora no Pará e que foi a Brasília para participar de manifestações contra o resultado das eleições na frente do Quartel General do Exército.

Ele afirmou, ainda, que a ideia era usar os explosivos para causar danos à rede elétrica do DF e provocar “caos’. Georges disse que outro homem foi responsável por deixar o material nas proximidades do aeroporto.

*Com informações do Jornal Extra