A Prefeitura de Caxias do Sul recebeu nesta segunda-feira (29) o anteprojeto do Aeroporto Regional da Serra Gaúcha, elaborado pela Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC), do Ministério da Infraestrutura. O material foi apresentado pelo secretário nacional de Aviação Civil, Ronei Glanzmann, em encontro no cinema do Centro de Cultura Dr. Henrique Ordovás Filho.
A área total destinada para o aeroporto possui 445 hectares divididos em 10 propriedades e foi avaliada em 2014 em R$ 17,9 milhões. No local, há plantações de maçãs, cenouras e beterrabas.
A previsão é que a construção do aeroporto custe em torno de R$ 200 milhões, podendo atender 53 municípios da região. “Temos uma estimativa de que mais de 1 milhão de pessoas venham à Serra Gaúcha por meio do aeroporto de Porto Alegre. Ou seja, de largada, esse aeroporto já tem pelo menos 1,3 milhão de passageiros, em média. Transporte aéreo está relacionado a desenvolvimento econômico”, comentou Glanzmann.
O secretário explicou ainda que é raro a SAC optar por construções que se iniciem do zero, por serem mais trabalhosas e caras. Entretanto, na análise do Aeroporto Regional Hugo Cantergiani, no perímetro urbano de Caxias do Sul, ficou constatada a inviabilidade de expansão, devido ao encarecimento da proposta por conta da aglomeração urbana ao redor da estrutura. “De fato, o Hugo Cantergiani tem sérias restrições operacionais, do ponto de vista meteorológico, por estar numa região alta, de formação de nuvens. Não é comum fazermos aeroportos novos. 99% deles têm jeito. O Hugo Cantergiani não tem. Está totalmente tomado pela cidade, se mostrando inviável para expansão. Corrigir esse aeroporto é muito mais caro e complexo que fazer um totalmente novo”, esclareceu Glanzmann.
O novo aeroporto projetado pela SAC possuirá um terminal de passageiros de 4,7 mil metros quadrados, com 500 vagas. O pátio terá 26 mil metros quadrados, permitindo aeronaves em oito posições. A pista terá 1.930 metros de extensão por 45 metros de largura. Está em andamento, no momento, o EIA/RIMA junto à Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), para elaboração das licenças ambientais. O Projeto de Avaliação de Impacto ao Patrimônio Arqueológico (Paipa) foi protocolado em janeiro junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Próximos passos
A infraestrutura básica, acessos viários e desapropriações estão a cargo do Estado e do Município. Já a operação do futuro aeroporto será de responsabilidade do Município, podendo optar por concessão ou parceria público-privada. A prefeitura deve finalizar a atualização dos valores dos imóveis até o segundo semestre deste ano, para começar a negociar as desapropriações. O Executivo também previu, no novo Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado (PDDI), protocolado na Câmara Municipal, uma Zona de Expansão Urbana junto às vias que ligam as cidades ao novo aeroporto. “Ele vai permitir uma quantidade maior de disponibilidade de voos para atender a região da Serra. Estamos focados em garantir o início das obras em 2020”, salientou o titular da Seplan, Fernando Mondadori.
A prefeitura tem estudados três novos acessos viários ao empreendimento: um novo acesso pelo centro de Caxias do Sul (30 quilômetros); um pela região das hortênsias (média de 24 quilômetros a partir do centro das cidades) e outro pela RSC-453 (26 quilômetros do centro de Caxias), que já existe e precisa ser melhorado. O novo acesso junto à região das hortênsias está em andamento. O trecho caxiense do caminho, em torno de 15 quilômetros, está passando por obras de drenagem, nivelamento e alargamento de pista, passando de três metros para 13. A obra começou em outubro e foram feitos sete quilômetros, prontos para receber asfalto. Os outros dois acessos estão com estudo de viabilidade em andamento, sendo que o novo trecho pelo meio urbano de Caxias do Sul utilizará também o asfaltamento da Estrada Firmino Frizzo, já em processo licitatório.