Caxias do Sul

Guerra questiona caos na saúde: "População sofria situações muito piores”

Guerra questiona caos na saúde: "População sofria situações muito piores”

A apresentação do resultado dos seis meses de administração do prefeito Daniel Guerra foi norteada pelo debate acerca da saúde pública em Caxias do Sul. Durante mais de 30 minutos, o prefeito falou e respondeu questionamentos sobre a situação do Postão 24 horas, a relação com os médicos e as repetidas trocas no comando da secretaria da Saúde, colocada como uma das prioridades do gestor.

Na visão de Daniel Guerra, as férias de 30 dias da secretária de Saúde, Deysi Piovesan, que terão início no dia 30 de julho, não alteram o planejamento da secretaria, que já teve outros dois titulares nestes primeiros seis meses – Darcy Ribeiro Pinto Filho, por 90 dias, e Fernando Vivian, por aproximadamente um mês.

“Não altera. O que altera é secretário não cumprir lei. É secretário ser omisso e irresponsável, permitindo que servidores médicos não batam o ponto e não cumpram carga horária enquanto os demais servidores o fazem. A secretária da Saúde é muito maior do que a pessoa do secretário”, argumenta o prefeito.

Prefeito reuniu secretários e vereadores da base aliada para apresentar avaliação dos seis primeiros meses de governo. (Foto: Ricardo de Souza)

O prefeito ainda reconheceu que o Postão 24 horas enfrenta diversos problemas. Para ele, no entanto, essa situação de caos colocada sobre a saúde pública nos últimos seis meses já ocorria em anos anteriores. Guerra atribuiu à imprensa a missão de fazer com que a situação seja vista de forma mais calamitosa.

“Esse momento faz saltar o que estava oculto, faz saltar o que estava mascarado, faz saltar o que a população sentia e sofria em situações muito piores do que a atual e que não era sequer partilhado pela imprensa. Não sei porquê, não sei se tem alguma relação com a enxurrada de milhões que a publicidade injetava nos veículos de comunicação de Caxias do Sul. Pode ser coincidência. Hoje eu percebo que, quando é bom, a coisa fica desse tamainho. E quando a coisa é um desafio, se bota uma lente de aumento de 700 mil graus. Quem perde é a cidade. Nós continuaremos focados em trabalhar para as pessoas, e não para grupos”, afirmou o prefeito.

Conforme os dados apresentados pelo gestor, a rede pública do município perdeu mais de 60 médicos nestes seis meses por inúmeros motivos. O prefeito, no entanto, afirma que o município chamou 99 servidores médicos, sendo que 46 para serem nomeados e 42 para contrato temporário.

Mas os números do prefeito não coincidem com os apresentados pela comissão de greve dos médicos que atendem pelo SUS em Caxias. O presidente da comissão, André Pormann, afirma que, somente no Postão 24 horas, o número de profissionais caiu de 128 em dezembro de 2016 para 97 em maio de 2017.

Sobre as críticas em relação à falta de diálogo, o prefeito reiterou o posicionamento de conversar somente com o Sindicato dos Servidores Municipais de Caxias do Sul (Sindiserv) sobre a greve dos médicos, e voltou a criticar a postura das administrações anteriores. “A gente percebe que havia, até 31 de dezembro de 2016, um tipo de diálogo aqui dentro dessa prefeitura. Mas a partir de agora isso acabou. Não terá diálogo com quem quer dar jeitinho”, alfinetou.