Opinião

Guerra, Pasin e a saúde, nem tudo se resume ao que parece

Guerra, Pasin e a saúde, nem tudo se resume ao que parece

Já no dia de ontem comentávamos como são algumas percepções que se tem sobre o momento vivido pelas prefeituras no Brasil afora – na verdade ontem centrei na questão de Bento, cuja administração parece viver uma espécie de inferno astral. Agora, se puderem notar, na capa do portal Leouve, o portal mais lido da Serra Gaúcha, há duas manchetes nesta quarta-feira. Na principal delas aparece o prefeito de Caxias, Daniel Guerra ao lado de uma mãe com seu filho no Postão e a manchete: “Não economizaremos nenhum centavo em Saúde”. Ao lado, um título menor, que fica em rodízio com outras chamadas, o assunto é a prestação de contas da secretaria de saúde em Bento: “economia de seis milhões em quatro meses”.

O prefeito Guerra é polêmico. Ele se enquadra num tipo de político que volta e meia surge e fica, ou surge e, como um cometa, some no horizonte. Mas marca. Ele comprou muitas brigas no começo de seu governo: médicos, Visate, com o vice Fabres, só pra lembrar algumas. Mas Guerra gosta das câmeras, assim como Dória em São Paulo. Gosta do embate e posa de paladino. Se expõe e parece não se importar com revezes.

“Não economizaremos em saúde” é o tipo de frase que o povo quer ouvir. Vai acontecer na prática? Quem sabe… o certo é que se quiser falar mal de Guerra em Caxias é pedir briga. Ele tem uma legião de defensores. Afinal é o homem que luta por uma passagem mais barata e por médicos batendo ponto, cumprindo horários. Tudo que o cidadão comum quer. Parece ainda estar em campanha pra se eleger.

Claro que dizer que a Saúde de Bento economizou quase seis milhões no primeiro quadrimestre é apenas uma das leituras possíveis de um relatório contábil. Esta economia possivelmente seja necessária para fazer frente a gastos futuros. Isto é planejamento e pode até não ter nada de errado. Mas a população vem se queixando do fechamento de postos, da restrição de horários de atendimento, de gastos com empresas terceirizadas, da falta de médcios etc. etc.

Não é a imprensa que cria a insatisfação na população. Ela é genuína e cabe aos políticos entender o que o povo sente e porque sente. Guerra parece entender isto.

Para finalizar, uma equação importante: se um político é ou não popular tem uma importância relativa. Ele pode ser um impostor que agrada ao povo enquanto enriquece guardando dinheiro no exterior. Ou, ele pode ser impopular mas põe a casa em ordem. O ideal seria uma mistura de ambos. Dinheiro em caixa e população feliz por estar sendo bem atendida em suas necessidades básicas. Saúde é uma das principais.