Caxias do Sul

Guarda de criança de 7 anos motivou ex-sogro a esquartejar homem em Caxias

Partes do corpo de Luciano foram encontradas em lixo orgânico no Centro de Caxias (Foto: Maicon Rech)
Partes do corpo de Luciano foram encontradas em lixo orgânico no Centro de Caxias (Foto: Maicon Rech)

Preso na manhã desta quinta-feira, dia 17, em Palhoça (SC), João Carlos da Rosa Gomes, de 63 anos, acusado de esquartejar Luciano Vargas Silva, de 45 anos, teria agido motivado pela guarda do neto de 7 anos de idade. Ao menos é isso que apontam as investigações conduzidas pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Caxias do Sul. A esposa do acusado, Alminda Braga Corrêa, de 54 anos, foi presa por ocultação de cadáver.

Os dois foram detidos temporariamente por 30 dias e serão transferidos para a cidade ao longo do dia, quando devem prestar depoimento.

Casal estava escondido em Palhoça, Santa Catarina (Foto: Polícia Civil/Divulgação)

Toda a investigação policial iniciou após diligências na casa onde Gomes morava com a mulher e o menino na rua Nilo José Cortes, no Desvio Rizzo.

A guarda da criança teria sido o estopim que motivou o idoso a cometer o crime, já que ele não aceitava que o menino ficasse com o pai, o que vinha ocorrendo desde que a vítima estava em Caxias do Sul, há cerca de três meses.

Luciano Vargas Silva, conhecido como “Pig”, era natural de Santa Maria e estava morando em Caxias há pouco tempo. Inicialmente ele residiu no Mariland e, depois, nas proximidades do Shopping Iguatemi.

O menino de 7 anos de idade está com a mãe, filha do agressor, em Santa Catarina. A Polícia Civil havia registrado o desparecimento da criança nos últimos dias, já que não tinha informações sobre o paradeiro do menor, que estaria com o pai.

A ex-companheira de Luciano mora em Florianópolis, mas não teria relação com a atitude do pai em cometer o assassinato. De acordo com a Polícia, João Carlos teria atraído “Pig” até a casa dele, onde o matou com um tiro e, depois esquartejou o corpo para esconder o cadáver e tentar evitar que o crime fosse descoberto. O suspeito era açougueiro.

Ação policial culminou na prisão dos suspeitos de esquartejamento em SC (Foto: Polícia Civil/Divulgação)

A casa onde o acusado residia estava vazia quando a polícia chegou, mas vestígios de sangue nas paredes e a localização de uma caixa onde era guardada uma serra elétrica deram encaminhamento a ampliação das buscas. A polícia chegou ao paradeiro do ex-sogro da vítima graças ao descobrimento da transportadora que fez a mudança da família para Santa Catarina.

As partes do corpo que não foram encontradas teriam sido jogadas em outras lixeiras na área central. A identificação oficial da vítima depende da chegada do exame de DNA, o que deve ocorrer nos próximos dias.

O acusado tem antecedentes por estelionato, foi condenado a cumprir uma pena de nove anos de prisão pela justiça de Carazinho e estava foragido.

O crime e o encontro de partes do corpo de Luciano

Partes do corpo de Luciano foram encontradas em lixo orgânico no Centro de Caxias (Foto: Maicon Rech)

O corpo foi encontrado esquartejado dentro de um contêiner de lixo orgânico na rua Sinimbu, quase esquina com a Marechal Floriano no Centro de Caxias do Sul, na madrugada do dia 2 de agosto.

Conforme a polícia, um catador de lixo estava procurando por comida quando se deparou com o que parecia ser pedaços de um corpo humano dentro de uma sacola plástica de mercado. Ele solicitou auxílio de uma equipe de segurança privada que passava pelo local e acionou a BM.

As peritas do Instituto Geral de Perícias (IGP) identificaram pedaços de braço, antebraço, vísceras, costelas e alguns órgãos como coração e pulmão. A cabeça, as pernas e os pés não foram localizados.

O que chama atenção é que, por volta das 23h do dia 1°, a BM recebeu uma ligação através do 190 feita de um orelhão, mas considerou um trote, o que é corriqueiro às noites e madrugadas na cidade.

Outro detalhe é que a vítima apresentava tatuagens nos braços, o que auxiliou no reconhecimento: um às de espadas de baralho espanhol e uma tribal. O autor ainda teria raspado uma tatuagem com um nome no antebraço da vítima. A Polícia descobriu que se tratava do nome de umas filhas de “Pig”.

A Delegada plantonista Marinês Trevisan, no dia do crime, chegou a comentar que o autor “sabia o que estava fazendo”, o que se confirma após as investigações apontarem que o suspeito já foi açougueiro.