Negócios e Mercado

Grupo Ditália ingressa com novo processo de recuperação judicial

Dívidas das empresas ultrapassam R$ 79 milhões

Imagem: Divulgação Grupo Ditália
Imagem: Divulgação Grupo Ditália

O Grupo Ditália, formado pelas empresas Ditália Móveis Industrial Ltda, Ditália Produção e Logística Ltda e Cozy Indústria e Comércio de Móveis Ltda, localizadas no município de Monte Belo do Sul, teve o pedido de recuperação judicial aceito pela 2ª Vara Cível da Comarca de Bento Gonçalves no último dia 06 de dezembro. A empresa tem, a partir de agora 60 dias para apresentar o plano de recuperação judicial. onde estarão expostas as formas que a empresa pagará o passivo de 79 milhões de reais. Este é o segundo processo de recuperação judicial movido pelo grupo. No ano de 2015 a empresa já havia se socorrido no pedido de recuperação, tendo o plano sido aprovado pelos credores naquela época.

Atualmente, as empresas são responsáveis por 75 empregos diretos e aproximadamente 300 indiretos. Em nota enviada ao grupo RSCOM, a coordenadora do setor de Reestruturação Empresarial do escritório Crippa Rey Advogados, responsável pelo novo processo, Adriana Dusik Angelo, explicou que o pedido de recuperação judicial não afetará os empregos diretos e indiretos. “Com o ajuizamento do processo, a empresa tem o dever de manter os compromissos em dia. Sejam eles com os empregados, fornecedores ou quaisquer outros”, explica.

A este novo processo estão sujeitas todas as dívidas que a empresa tenha na data do ajuizamento, exceto as tributárias. Segundo Adriana, a crise se deu em virtude das diversas questões de mercado que implicaram no significativo aumento dos preços das matérias-primas utilizadas no processo produtivo, bem como os reflexos da pandemia da Covid-19, que acabou por impactar na empresa ocasionando demissões e pedidos de desligamento.

Conforme nota da empresa, “com a nova recuperação judicial, o Grupo Ditália espera atravessar a crise enfrentada, mantendo os empregos e saldando de vez todo o passivo acumulado, o qual hoje importa em uma dívida total superior a 79 milhões de reais”.

Como funciona a recuperação judicial
A recuperação judicial é um meio utilizado por empresas para evitar que sejam levadas à falência. O processo permite que companhias renegociem as dívidas acumuladas em um período de crise, tendo como objetivo principal possibilitar que as empresas sigam operando enquanto negociam com seus credores. Uma vez aceito o pedido de recuperação judicial pela Justiça a empresa deverá apresentar, em 60 dias, um plano de reformulação da empresa, abrangendo as dívidas trabalhistas, bancárias e demais fornecedores, existentes até a data do ajuizamento do processo. Finalizada a fase administrativa, os credores decidem se aprovam ou rejeitam as condições de pagamento apresentadas. No caso do plano ser aprovado pelos credores, os pagamentos serão iniciados tão logo o juízo homologue a votação. Caso os credores decidam rejeitar as formas de pagamento propostas poderão apresentar uma sugestão de plano alternativo, ou, caso contrário, será decretada a falência da empresa.