
Fundado em 2017 por César Beux, Janaina Ganzer, Samuel Destri e Tatiane Becker, o Faro K9 auxília em buscas por pessoas desaparecidas utilizando cães farejadores. Atualmente o grupo conta com dois animais, uma border collie, chamada Léia, e Rebecca, uma cadela sem raça definida (SRD).
Samuel Destri conta que o trabalho do grupo iniciou baseado nas operações do Grupamento de Busca e Resgate (GBR) – Sul – Paulista.
“O Faro K9 começou entre conversa com de um grupo de adestradores onde víamos que faltava na sociedade gaúcha e especialmente na Serra a possibilidade de ter cães para buscar pessoas desaparecidas” declarou.
O desejo de ajudar as famílias fez com que o grupo treinasse a cadela Léia. Inicialmente o optou-se pelo método k-sar que é utilizado pelo corpo de bombeiros, porém, de acordo com Destri, o animal não se adaptou ao treinamento.
Depois de pesquisas, os adestradores concluíram que a melhor alternativa seria o mantrailling. Este método consiste em deixar o cão procurar por odores específicos (neste caso, da pessoa desaparecida). Atualmente, Léia é a única cadela com a certificação máxima da modalidade pela Confederação Brasileira de Cinofila no Programa Cão Funcional.
O treinamento, que leva de 1 a 2 anos em média, foi aplicado também em Rebecca, que inclusive já trabalha nas buscas, na companhia da condutor Rudivane Sultil. Atualmente outro cão também está em processo de aprendizado e adaptação. As práticas consistem em uma ou duas vezes na semana fornecer artigos de odor ao animal e deixa-lo seguir a trilha, simulando assim situações reais.
Em 2019 o Faro K9 teve papel importante em dois casos nos meses de junho e julho na cidade de Farroupilha. Seus serviços auxiliaram nas buscas por Anailde de Brito que desapareceu no bairro 1º de maio e o padeiro João Carlos de Jesus deixou sua residência e fora encontrado em Porto Alegre. Além de participar em outras ocorrências na Serra.
Destri comenta que apesar do serviço prestado nas buscas, o Faro K9 ainda encontra empecilhos para exercer as atividades, principalmente das autoridades que por vezes dificultam as ações do grupo.
“Gostaríamos muito de ter apoio deles [polícia e bombeiros]. Trabalhar em conjunto para que os casos sejam resolvidos mais rapidamente. Nossa relação com eles é boa de nossa parte, mas não somos chamados para auxiliar” conta.
O Faro K9 é um voluntariado, todos os custos de cursos e equipamentos são pagos pelos próprios integrantes. Apesar de terem patrocínio para a ração dos animais, estão sempre abertos a doações e patrocínios. Para auxiliar o trabalho do grupo ou até mesmo solicitar os serviços, basta entrar em contato pelas redes sociais @farok9 e pelo telefone (54) 99171-4922
Por Günther Daou Schöler.